Foram notificados à Secretaria de Saúde, no quadriênio 1986-1989, 8.721 acidentes por serpentes peçonhentas no Estado de Säo Paulo (média anual de 2.180 casos), com coeficiente de incidência variando entre 6,8 e 7,4/100.000 habitantes. Dentre 6.834 casos em que houve referência ao gênero da serpente, 85,6% foram Bothrops, 13,3% Crotalus e 1,1% Micrurus. Os meses de novembro a abril apresentaram maior incidência (5.807) casos. Houve predominância de pacientes do sexo masculino (77,0%) e com idades entre 10 e 49 anos (74,4%). As regiöes anatômicas mais freqüentemente picadas foram pés/tornozelos (52,8%), mäos (20,5%) e pernas (17,2%). O atendimento na unidade de saúde que notificou o acidente ocorreu dentro de uma, duas, tres e seis horas após em, respectivamente, 16,9%, 46,1%, 67,5% e 88,1% dos casos. Os envenenamentos foram classificados, de acordo com a gravidade, em leves (53,5%), moderados (38,3%) ou graves (8,2%). Foram utilizadas 60.954 ampolas de antivenenos (média de 7,0 ampolas por caso). A letalidade foi de 0,4%, sendo maior no acidente por Crotalus (1,1%)do que naquele por Bothrops (0,3%). Acidentes por serpentes peçonhentas representam problema de saúde pública no Estado de Säo Paulo, acometem principalmente a populaçäo jovem do sexo masculino e têm sido causa de óbito