Pacientes com infarto agudo do miocárdio internados em um hospital geral säo muitos heterogêneros e diferem daqueles relatados em grandes estudos multicêntricos. Objetivo. Analisar a mortalidade intra-hospitalar dos pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) internados em um hospital geral na era trombilítica, bem como determinar fatores associados com pior prognóstico. Métodos. Foram estudados 113 pacientes com IAM internados consecutivamente no período de um ano no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram coletadas diversas variáveis clínicas e laboratoriais relacionadas a um maior risco em pacientes com infarto. Seguindo a rotina do hospital, 47// dos pacientes receberam traombolíticos e seus efeitos e complicaçöes foram estudados. Resultados. A mortalidade intra-hospitalar foi de 19,5//. Na análise univariada, a idade, o sexo e o pico de creatinafosfoquinase se mostraram significativos em predizer o óbito hospitalar. Utilizando o modelo de regressäo logística múltipla, o único fator prognóstico significativo foi a idade, mesmo após ajuste de fatores de pior prognóstico. Em pacientes acima de 70 anos, a mortalidade intra-hospitalr chegou a 41// versus 8,1// nos pacientes com idade inferior a 70 anos.

Näo houve diferença significativa na taxa de mortalidade com a presença de outros fatores como:

IAM prévio, uso de trombolíticos, insuficiência cardíaca, área infartada, diabétes e hipertensäo arterial. Nos pacientes que receberam trombolíticos, observou-se número elevado de complicaçöes pelo seu uso, das quais em 9,4// foram consideradas graves. Conclusäo. A alta mortalidade intra-hospitalar no IAM, em um hospital geral, está associada à idade avançada dos pacientes. A despeito dos recentes avanços terapêuticos, este grupo de pacientes näo obteve beneficio comparável ao dos pacientes mais jovens