Tosse, uma visäo do otorrinolaringologista
Cough: an otorhinolaryngologist's view

Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 39 (3), 1993
Publication year: 1993

A tosse persistente leva um indivíduo a procura de auxílio médico. A exploraçäo clínica, entretanto, poderá näo revelar qualquer alteraçäo dentro da esfera de açäo do clínico. Muitas vezes, entretanto, profissionais tratam o sintoma como se fora um doença, introduzindo medicamentos diversos, sem sucesso. A experiência do autor como Otorrinolaringologista permite afirmar que muitos destes profissionais ignoram as vias aerodigestivas altas como locais geradores de tosse. O presente trabalho aborda as alteraçöes das mencinadas vias que podem provocar o reflexo tussígeno, recordando, inicialmente, o mecanismo da tosse e a localizaçäo dos receptores específicos. A produçäo da tosse se dá ou por estímulo ao nível do receptor ou a distância dele. As vias digestivas, alta e baixa, e as vias aéreas, alta e baixa, comunciam-se de tal forma que secreçöes podem escoar em várias direçöes. Aquelas oriundas dos seios paranasais säo causa freqüente de tosse. Sinusites agudas podem se instalar insidiosamente, ocorrendo cronificaçäo da inflamaçäo, a tosse aparecendo como o único grande sintoma. Alteraçöes nasais e dentárias propiciam infecçäo sinusial. Sinais e sintomas, ainda que mínimos, podem ser percebidos através de anamnese acurada. Outras alteraçöes tais como alergia nasal, laringites, gotejamento pós-nasal e desvio septal podem produzir tosse. O exame ORL impöe-se, portanto, näo podendo ser substituido por exame radiológico. O tratamento inadequado das sinusites, em particular, pode levar à piora e extensäo do quadro inicial

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