Os autores avaliaram 445 pacientes HIV positivos e identificaram as manifestaçöes oftalmológicas presentes nesses pacientes. OBJETIVO. Identificar e correlacionar as alteraçöes oftalmológicas com dados de literatura, bem como correlacioná-las com as diversas manifestaçöes clínicas presentes na síndrome. MÉTODOS. Foram estudados 445 pacientes ambulatoriais HIV (com 66 por cento e sem 34 por cento AIDS), sendo 87 por cento do sexo masculino e 58,2 por cento homossexuais, no período de um ano, atendidos na Escola Paulista de Medicina, Hospital Säo Paulo. RESULTADOS. Do total de pacientes examinados, 52 por cento apresentaram alteraçöes oculares secundárias à infecçäo pelo HIV ao primeiro exame (27 por cento bilaterais). A retinite por citomegalovírus esteve presente em 25 por cento deles, seguida por toxoplasmose ocular (8,5 por cento), retinite por herpes (3,6 por cento), papiledema (2,2 por cento), atrofia óptica (1,6 por cento), phthisis bulbi (1,5 por cento), coroidite multifocal (1,2 por cento), hemorragia retiniana (0,9 por cento), uveíte por sífilis (0,6 por cento) e oclusäo da veia central da retina (0,2 por cento). CONCLUSAO. Nossos dados estäo de acordo com a literatura mundial, com exceçäo feita à retinocoroidite por toxoplasmose, que mostrou muito maior freqüência em nosso meio, se comparada à da literatura. Pudemos observar, também, uma alta taxa de descolamento de retina secundário à inflamaçäo intra-ocular. Nenhum caso de coroidite por Pneumocystis carinii foi diagnosticado nessa época