ß2 microglobulina (ß2M) sérica na monitorizaçäo do transplante renal
Serum ß2 microglobulin (ß2M) following renal transplantation
Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 40 (3), 1994
Publication year: 1994
Apesar da melhora na sobrevida do enxerto em pacientes transplantados renais, ocorrida nos últimos dez anos, a rejeiçäo continua sendo uma causa importante de perda de enxerto. Vários testes laboratoriais têm sido estudados na tentativa de se identificar um método näo invasivo que possibilite o diagnóstico precoce de rejeiçäo em pacientes transplantados renais. OBJETIVO. Avaliar a utilidade da monitorizaçäo da ß2 microglobulina sérica no período inicial pós-transplante. Métodos. foram estudados em 20 receptores de transplante renal (10 doadores vivos relacionados e 10 doadores cadáveres), o comportamento diário dos níveis séricos da ß2M e correlacionados com a sua evoluçäo clínica e laboratorial. RESULTADOS. Pacientes que apresentaram boa funçäo renal no pós-operatório imediato e näo mostraram rejeiçäo aguda, precocemente, evoluíram com queda dos níveis de ß2M que se estabilizaram em níveis de 3,7 mg/L no 4§ dia pós-transplante. A sensibilidade de ß2M para o diagnóstico de rejeiçäo aguda foi muito boa (87,5 por cento), mas sua especificidade foi baixa (46 por cento). Nos oito pacientes que näo apresentaram boa funçäo renal, inicialmente, a monitorizaçäo dos níveis de ß2M mostrou-se capaz de diferenciar pacientes com necrose tubular aguda (NTA) sem complicaçöes, de portadores de NTA evoluindo com rejeiçäo ou nefrotoxicidade por CSA. Conclusäo. A monitorizaçäo dos níveis séricos de ß2M näo acrescenta benefício nítido para o diagnóstico de rejeiçäo aguda em pacientes com boa funçäo renal inicial. Contudo, em pacientes evoluindo para NTA, esta monitorizaçäo mostrou-se útil para identificar episódios de rejeiçäo aguda e nefrotoxicidade por CSA