Hanseníase e gravidez
Leprosy and pregnancy
Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 40 (3), 1994
Publication year: 1994
Foram estudadas vinte grávidas hansenianas do ponto de vista clínico [oito lepromatosas (L), sete borderline, quatro tuberculóide (T) e uma indeterminada (I)] e avaliados seus recém-nascidos. Três pacientes apresentaram os primeiros sintomas da doença durante uma das gestaçöes e outra no puerpério. Uma paciente teve a doença durante 16 anos e outra recebeu tratamento durante 14. O exame bacterioscópico foi positivo em 13 e negativo em sete. O teste de Mitsuda foi negativo em 16, positivo em duas, e em outras duas näo foi realizado. O esquema terapêutico em 14 pacientes foi poliquimioterapia (diaminodifenilsufona, rifampicina e clofazimina), a monoterapia (diaminodifenilsufona) foi realizada em três e nenhuma delas mostrou resistência a droga. Outras três só iniciaram o tratamento após o parto. Os estados reacionais foram tratados com corticosteróide e ácido acetilsalicítico. O uso de drogas foi realizado de modo irregular em nove pacientes e em oito regularmente. Em dez pacientes, observaram-se surtos reacionais: oito durante a gestaçäo, uma no puerpério e outra na lactaçäo. Oito apresentaram quadro de eritema nodoso leproso e duas reaçäo reversa, sendo que uma delas desenvolveu neurite ulnar no 2§ mês de gestaçäo. Uma paciente mostrou sorologia positiva para sífilis sem manifestaçöes clínicas da doença. Outra apresentou baciloscopia positiva durante a lactaçäo. Um recém-nato apresentou quadro de dermatite esfoliativa nas primeiras horas de vida e sua mäe tinha recebido diaminodifenilsufona durante a gravidez. Entre os 20 recém-natos, cinco tinham peso inferior a 2.500g e quatro eram prematuros. Nós concluímos que os estados reacionais das pacientes, o baixo peso e a prematuridade dos recém-natos ocorreram nas grávidas do grupo de lepromatosas e borderline