Os fatores associados à recidiva de bócio pós-tiroidectomia por doença benigna da tiróoide ainda näo estäo completamente definidos, especialmente o uso profilático de hormônio tiroidiano. Objetivo. Determinar a prevalência, características e fatores associados à recorrência de bócio em pacientes submetidos à tiroidectomia por doença benigna. Métodos. Foram incluídos 66 pacientes, 53 mulheres e 13 homens (idade média = 51 anos, variaçäo = 20-82 anos) submetidos previamente (5,6 + or - 1 anos) à tiroidectomia (lobectomia, n = 50; nodulectomia, n = 5; tiroidectomia subtotal, n = 11). Na ocasiäo do estudo foi realizada ecografia de tiróide e dosagens séricas de T3, T4, TSH e anticorpos antimicrossomal. Definiu-se como recorrência de bócio a presença de volume residual >20mL e/ou novos nódulos >0,5mL à ecografia e näo previamente detectados durante a cirurgia. Resultados. SEte pacientes (10 por cento) apresentaram recorrência de bócio. O tempo de acompanhamento foi mais longo no grupo com recorrência (p < 0,5) e näo foi observada diferença em relaçäo a idade, sexo presença de história familiar de tiropatia e diagnóstico pré-operatório entre os dois grupos. Na análise de regressäo múltipla, apenas o tmepo de acompanhamento pós-tiroidectomia foi significativamente associado à recorrência de bócio (ß = 0,02;//2 = 0,16; p < 0,05), influenciando em 14 por cento a taxa de recorrência. História familiar de tiropatia, uso de hormônio tiroidiano e níveis séricos de T4 e TSE näo influenciaram a recorrência. Conclusäo. A recorrência de bócio pós-tiroidectomia por doença benigna de tiróide ocorre numa minoria de pacientes e estáa relacionada com o maior tempo de acompanhamento após a cirurgia. O uso de hormônio tiroidiano em doses näo supressiva após a cirurgia näo se relaciona à prevençäo de recorrência