Inadequação de tromboprofilaxia venosa em pacientes clínicos hospitalizados
Inadequacy of thromboprophylaxis in hospitalized medical patients

Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 52 (6), 2006
Publication year: 2006

O risco de tromboembolismo venoso (TEV) é alto em pacientes internados, mas pode ser reduzido com a utilização adequada de profilaxia.

OBJETIVO:

Avaliar a utilização e adequação de profilaxia para TEV em pacientes clínicos internados.

MÉTODOS:

Estudo de coorte transversal em pacientes internados por doenças clínicas em quatro hospitais de Salvador.

RESULTADOS:

Foram avaliados 226 pacientes: 15,5 por cento em UTIs clínicas, 79 por cento tinham idade > 40 anos e 48 por cento eram homens. A maioria (97 por cento) apresentava pelo menos um fator de risco (FR) para TEV: mobilidade reduzida em 79 por cento e diagnóstico principal como FR em 62 por cento. Dos 208 candidatos a profilaxia, 54 por cento receberam alguma forma: heparina não fracionada (HNF) em 44 por cento, heparina de baixo peso molecular (HBPM) em 56 por cento e métodos mecânicos em dois pacientes. A taxa de utilização foi semelhante entre hospitais privados e públicos (51 por cento versus 49 por cento), mas HBPM predominou em privados (97 por cento) e sem residência médica e HNF em públicos (86 por cento). HBPM foi usada mais freqüentemente que HNF em pacientes > 40 anos, em brancos que em negros ou mulatos, e menos freqüentemente em pacientes com contra-indicações para heparina. Dos 112 pacientes com profilaxia, 63 por cento receberam dosagem adequada: HBPM em 95,2 por cento e HNF em 20,4 por cento. Profilaxia para TEV foi adequada em apenas 33,6 por cento (70/208) dos pacientes.

CONCLUSÃO:

FR para TEV são freqüentes em pacientes clínicos. Existe ampla variabilidade da profilaxia prescrita em hospitais públicos e privados. HBPM é utilizada mais adequadamente que HNF, entretanto, apenas a minoria dos pacientes clínicos hospitalizados e candidatos a profilaxia recebem dosagem adequada.

BACKGROUND:

The risk of venous thromboembolism (VTE) is high in hospitalized patients, however it can be reduced by adequate prophylaxis.

OBJECTIVE:

To evaluate the adequacy of VTE prophylaxis in hospitalized medical patients.

METHODS:

A cross-sectional study was performed in hospitalized patients with acute medical illnesses in 4 hospitals of Salvador.

RESULTS:

We evaluated 226 consecutive patients: 15.5 percent in medical ICU, 79 percent > 40 years of age and 48 percent male. The majority (97 percent) had a least 1 risk factor (RF) for VTE, 79 percent had reduced mobility and 62 percent were diagnosed as having a RF at admission. Of the 208 prophylaxis candidates, 54 percent received some form of prophylaxis: unfractionated heparin (UFH) in 44 percent, low molecular weight heparin (LMWH) in 56 percent and mechanical methods in 2 patients. The utilization rate was similar in private and public hospitals. (51 percent vs. 49 percent), but LMWH was more common in private hospitals, without a residence program (97 percent), and UFH in the public ones (86 percent). LMWH was more frequently used than UFH in patients > 40 years of age, more often in Caucasian than in Black patients, and less frequently in those with contraindications for heparin. Of the 112 patients receiving prophylaxis, 63 percent received adequate dosages: LMWH in 95.2 percent and UFH in 20.4 percent. VTE prophylaxis was adequate in only 33.6 percent (70/208) of the patients.

CONCLUSION:

Risk Factors for VTE were frequent in medical patients. There was considerable variability of the VTE prophylaxis prescribed in private and public hospitals. LMWH was used more appropriately than UFH. However, only a minority of patients candidates for prophylaxis, received adequate dosages.

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