Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 54 (1), 2008
Publication year: 2008
OBJETIVO:
Avaliar os fatores associados à presença de RNA-HIV na vagina. MÉTODOS:
Estudo de corte transversal, em mulheres infectadas por HIV, excluindo-se aquelas com antecedente de histerectomia, as em uso de medicações vaginais nas últimas 48 horas, as que se referiram à relação sexual desprotegida há menos de 72 horas, as gestantes e aquelas com sangramento genital. Após consentimento, coletou-se amostra sanguínea para contagem de linfócitos T CD4 e carga viral plasmática de HIV, além de lavado vaginal com 10mL de solução salina, que foi centrifugado, aliquotado e armazenado em freezer -70°C para posterior quantificação de RNA-HIV livre. A mensuração de carga viral de RNA-HIV livre plasmática e vaginal foi realizada utilizando-se o kit HIV Monitor v1.5 Cobas Amplicor®, Roche. Pesquisou-se a presença de HPV de alto e baixo risco, clamídia e gonococo por Captura Híbrida II®, Digene, em amostra endocervical. Colheu-se amostra vaginal para bacterioscopia com coloração de Gram, utilizando-se os critérios de Nugent. RESULTADOS:
Entre as 200 mulheres estudadas, 73,5 por cento usavam terapia anti-retroviral (TARV) com drogas múltiplas. O RNA-HIV foi detectável no lavado vaginal de 18 delas (9 por cento), mas em apenas uma daquelas que tinham carga viral plasmática indetectável (0,5 por cento). A prevalência de HIV vaginal foi 24 vezes maior naquelas em que HIV plasmático era detectável. Carga viral plasmática de HIV, não usar TARV, CD4 reduzido e vaginose bacteriana aumentaram a prevalência de RNA-HIV vaginal, mas apenas a carga viral plasmática se manteve significativa na análise ajustada. CONCLUSÃO:
A prevalência de RNA-HIV vaginal foi baixa (9 por cento). A carga viral acima de 1.500 cópias/mL foi a única variável que permaneceu como fator de risco para RNA-HIV vaginal livre.
OBJECTIVE:
To evaluate factors associated to presence of free RNA-HIV in the vagina. METHODS:
Cross-sectional study with HIV-infected women, excluding those who had undergone histerectomy, had used vaginal medication within the last 48 hours, had had unprotected sex less than 72 hours before, were pregnant, or had genital bleeding. After signing an informed consent, blood samples were obtained for T CD4 lymphocytes count and plasmatic viral load, in addition to cervico-vaginal lavage using 10mL of sterile normal saline, later centrifuged, aliquoted and stored at - 70°C to quantify free HIV-RNA. Plasmatic and vaginal viral load were measured using the kit HIV Monitor v1.5 Cobas Amplicor, Roche. Hybrid Capture test Digene was utilized for HPV (high and low risk), clamydia trachomatis and N. gonorrhoae detection from an endocervical sample. Vaginal swab for bacterioscopy by the Gram method, evaluated according to Nugent criteria was obtained. RESULTS:
Among 200 women evaluated, 73.5 percent were using HAART. The RNA-HIV was detectable in the vaginal lavage of 18 (9 percent), but in only one of those who had undetectable plasma viral load (0.5 percent). The vaginal prevalence of HIV was 24 times higher among those with detectable plasmatic HIV. Plasma viral load > 1500 copies/mL, no HAART use, reduced CD4 and bacterial vaginosis had increased prevalence of vaginal HIV-RNA, but in the adjusted statistical analysis, only the former remained significant CONCLUSION: Prevalence of vaginal HIV-RNA was low (9 percent). Plasmatic viral load > 1500 copies/mL, was the only risk factor for free vaginal HIV-RNA.