Boladão, pesadão, isso é Rio de Janeiro: notas sobre funks de torcida e de facção
Boladão, pesadão, isso é Rio de Janeiro: notes towards organized soccer fans and criminal faction funks
Aletheia; (32), 2010
Publication year: 2010
Este artigo tem como objetivo cotejar a produção e as características dos funks de facção e de torcida no contexto do Rio de Janeiro. Para tanto, foram selecionadas amostras representativas de funks de torcida/facção a partir do material coletado em CDs piratas e na rede mundial de computadores: 39 funks da facção criminosa Comando Vermelho e 44 da torcida Força Jovem Vasco. O objetivo do estudo é entender os contextos em que são produzidos, que incluem forte expressão do universo jovem. Os resultados mostraram a estruturação dessas produções em torno do conflito, da depreciação dos inimigos, da exaltação de si e dos aliados, da repartição territorial e das paródias. Vislumbrou-se assim um campo construído por representações sociais, baseado em ancoragens que capturam, transformam e readaptam elementos de universos aparentemente distantes, como as guerras do Afeganistão e o ambiente funk dos EUA nos anos 70.
This work aims at comparing the production of forbidden funk music and funk music produced by organized fans of soccer teams in the context of Rio de Janeiro. The analysis is to be conducted through the examination of 39 forbidden funk songs’ content which quotes the criminal faction “Comando Vermelho”, plus 44 other funk songs produced by an organized soccer fans team entitled “Força Jovem Vasco”. The objective of the study is to understand the contexts where they are produced, as an expression of the universe of youngsters. The results showed relations in both samples, between conflict, the depreciation of the enemies, self-exaltation and of their allies, territorial distribution and parodies. The construction of social representations is glimpsed thus, based in elements of apparently distant universes, such as the war in Afghanistan and the American funk in the 70´s.