A disfagia após Vagotomia Gástrica Proximal (VGP) tem sido investigada por vários autores que, estudando as alteraçöes funcionais do esfíncter inferior do esôfago, näo encontraram resultados satisfatórios. O objetivo desta pesquisa foi a análise da participaçäo apenas do segmento de esôfago inferior na etiologia deste sintoma, através do auxílio de agente colinérgico, o carbacol. Foram feitos estudos manométricos em 10 pacientes sem patologias esofágicas, sendo considerados controles normais, em 10 pacientes sem patologias esofágicas, sendo considerados controles normais, em 10 pacientes operados de VGP e sem disfagia e em 10 pacientes operados de VGP com disfagia. O período de estudo estabelecido foi entre o sétimo e o 21ª dia no pós-operatório precoce. A dosagem do carbacol utilizada foi de 4 microng/Kg de peso e, durante 40 minutos, foram registrados número de contraçöes e alteraçöes de pressäo basal intra-esofágica no esôfago médio e inferior. As ondas de deglutiçäo também foram analisadas, anteriormente ao estímulo do carbacol, através de medidas do tempo de duraçäo. Os resultados obtidos no esôfago inferior foram de 30,9 contraçöes/40 min. nos controles, 88,2/40 min. nos operados sem disfagia e 92,7 contraçöes/ 40 min. nos operados com disfagia. A elevaçäo de pressäo basal intra-esofágica foi significativa no esôfago inferior de pacientes com disfagia. O tempo de duraçäo das ondas de deglutiçäo no esôfago inferior foi de 6,97 + ou - 0,85 segundos (+ ou - D.S.) nos controles, 7,10 + ou - 0,70 segundos nos operados sem disfagia e 8,57 + ou - 0,85 segundos nos operados com disfagia. Estatisticamente, as alteraçöes registradas foram significativas nos pacientes operados com disfagia. Conclue-se ser a VGP um procedimento que realmente desnerva o segmento de esôfago abdominal, sendo esta desnervaçäo fator importante na etiologia da disfagia apresentada pelos pacientes no pós-operatório