Uma análise retrospectiva do uso de antibióticos no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia mostra que 38,7% de todos os pacientes internados, em 1984, assim como 41,9%, em 1985, receberam antibióticos. Em 1984, 51,7% dos antibióticos foram usados com fins terapêuticos, 35,2% com fins profiláticos e 13,1% com ambas as finalidades. Mais de 90% dos pacientes receberam antibióticos sem cultura e antibiograma. As clínicas que prescreveram antibióticos a mais de 50% dos seus pacientes, em 1985, foram as relacionadas à urologia, cirurgia buco-maxilo-facial, oftalmologia, pediatria, traumato-ortopedia e médica. O cloranfenicol foi o antibiótico mais usado. Em 1984, 36,7% de todos os pacientes submetidos a cirurgias classificadas como limpas receberam antibióticos, percentagem que em 1985 subiu para 42,1%. Deste total, 74% dos antibióticos foram usados com fins profiláticos ou profiláticos-terapêuticos. Dos antibióticos usados com finalidade profilática, cerca de 50% o foram por mais de 72 horas. Para melhorar a qualidade do uso e os hábitos de prescriçäo de antibióticos, recomenda-se: 1) aperfeiçoar o laboratório de microbiologia; 2) avaliar os principios em que se baseia o uso de antibióticos; 3) estabelecer um programa médico-educacional completo; 4) publicar um Manual de Prescriçäo de Antibióticos