Nao existe ainda consenso na literatura medica se a colangiografia per-operatoria (CPO) deve ser realizada de rotina ou de forma seletiva durante as colecistectomias. No presente estudo, avaliamos nossa experiencia com o uso de CPO realizadas durante 550 colecistectomias. As indicaçoes foram colecistite cronica calculosa em 430 casos e colecistite aguda em 120. CPO foram realizadas em 34,2% das colecistectomias por colecistite aguda e em 64,2% das colecistites cronicas, perfazendo 317 CPO. Destas, 18,6% apresentaram alteraçoes. O achado mais frequente foi coledocolitiase em 15,4%. Em quatro casos nao houve passagem de contraste para o duodeno. O indice de falsos positivos foi 0,3% e o de falsos negativos l,3%, levando a exploraçoes desnecessarias do coledoco. Em apenas seis casos (l,9%) a coledocolitiase nao era suspeitada clinicamente e foi achado da CPO. Os baixos indices de coledocolitiase assintomatica e a disponibilidade atual da papolotomia endoscopica sugerem que o uso da CPO de rotina nao parece justificavel. A CPO deveria ser realizada apenas naqueles pacientes com criterios clinicos ou laboratoriais indicadores de coledocolitiase