Ferimentos laringotraqueais
Laryngotracheal injury
Rev. Col. Bras. Cir; 21 (1), 1994
Publication year: 1994
Realizado um estudo retrospectivo de 54 pacientes vítimas de ferimentos laringotraqueais, com o objetivo de se reverem os princípios básicos do diagnóstico e tratamento. As lesöes foram devidas a ferimento penetrante em 88,8 por cento e trauma fechado em 11,2 por cento dos casos. Em 14 casos, a lesäo foi a nível supraglótico, um a nível glótico, 18 infraglótico e, em 21 casos, a lesäo foi traqueal. Em 14 casos houve necessidade de canulaçäo da via aérea na admissäo. Em sete casos, com ferimentos leves supraglóticos, a lesäo foi tratada de maneira conservadora. Os demais casos foram operados , e as lesöes foram suturadas em todos os pacientes. Associamos a traqueostomia nos ferimentos a nível glótico e nas lesöes extensas. Ocorreram complicaçöes em 12 pacientes (22,2 por cento), e seis faleceram (11,1 por cento). A mortalidade esteve intimamente associada à presença de traumatismo raquimedular e à lesäo de esôfago. Analisando nossos dados, concluímos que os princípios do diagnóstico e tratamento säo: 1) Nos casos com desconforto respiratório, a entubaçäo orotraqueal ou canulaçäo das lesöes é prioritária; 2) O diagnóstico é habitualmente feito pela história do trauma, exame físico, RX e laringoscopia; 3) É de suma importância a avaliaçäo do esôfago; 4) As lesöes leves a nível supraglótico podem ser tratadas de maneira conservadora; 5) As demais lesöes devem ser tratadas cirurgicamente, com sutura, reduçäo das fraturas de cartilagem associadas à traqueostomia nos ferimentos glóticos, nos ferimentos laringotraqueais extensos e quando houver trauma raquimedular concomitante