Cirurgia da vagotomia incompleta em casos de gastrite de refluxo
Surgery for incomplete vagotomy in patients with alkaline reflux gastritis
Rev. Col. Bras. Cir; 23 (2), 1996
Publication year: 1996
Os operados gástricos, principalmente os ressecados, têm possibilidade de desenvolver complicaçöes tardias, tais como a recidiva ulcerosa, a gastrite de refluxo e a desnutriçäo, algumas vezes de difícil resoluçäo. Os complicados por recidiva e gastrite de refluxo, quando säo reoperados, têm como base a realizaçäo da vagotomia troncular, além de outros procedimentos. Na reinternaçäo é comum os pacientes apresentarem relatos de vagotomias, o que näo significa sua totalizaçäo e eficácia. Nos casos de gastrite de refluxo, a presença do componente vagal é um fator agravante, e, na reoperaçäo, a vagotomia deve ser completa. Para comprensäo do problema foram revistas técnicas das vagotomias e os procedimentos utilizados nas cirurgias dos vagos residuais. Foram estudados 42 pacientes com gastrite de refluxo internados no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, de novembro de 1978 a novembro de 1994. Destes, 32 foram operados, dos quais 19 tinham relato de vagotomia, sendo que 18 foram reoperados. Encontramos nervos residuais em 12, ou seja, em 66,6 por cento dos casos. O tronco posterior estava presente na maioria. A evoluçäo dos pacientes foi boa em 86 por cento dos operados. Foram realizados controles endoscópicos e um paciente evoluiu para cancer do coto, apesar da cirurgia de Y de Roux. Concluímos que, nas reintervençöes em portadores de gastrite de refluxo, os pacientes devem ser submetidos a uma exaustiva procura dos ramos vagais, independente do relato cirúrgico e das provas de presença dos nervos serem negativas. A vagotomia completa é imperiosa pois, caso contrário, com a realizaçäo dos procedimentos utilizados para controlar o refluxo estaríamos implantando um procedimento ulcerogênico