Tumores malignos de cabeça e pescoço em pacientes com menos de 18 anos de idade
Head and neck tumors in patients under the age of eighteen years
Rev. Col. Bras. Cir; 25 (2), 1998
Publication year: 1998
A conduta ideal para os pacientes menores de 18 anos portadores de tumores malignos da região de cabeça e pescoço não é uniforme nos escassos relatos de literatura. Com o objetivo de mostrar e discutir a experiência no atendimento de cinquenta casos tratados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Complexo Hospitalar Heliópolis, no período de 1978 a 1994, os autores procederam a uma análise retrospectiva de sua casuística. Os tipos histológicos mais frequentes foram os derivados da linhagem epitelial, 24 casos (48 por cento) e, entre eles, o carcinoma mucoepidermóide. Entre os tumores derivados do tecido mensequimal, os mais frequentes foram o rabdomiossarcoma e os linfomas. A cavidade oral foi o sítio mais frequentemente acometido (15 casos, 30 por cento). Entre todos os pacientes, apenas 21 (42 por cento) estavam vivos e sem evidência de doença em atividade por um período que variou de seis meses a 18 anos. Quatorze (28 por cento) pacientes morreram em decorrência de doença não controlada após um período que variou de dez dias a dois anos a contar da data do final do tratamento. De quatorze (28 por cento) pacientes não pudemos obter informações atualizadas de suas condições e foram considerados perdidos de seguimento. Estes tumores não devem ser vistos como neoplasias de adultos localizadas em pacientes pediátricos; devem ser estudados e abordados como uma doença que apresenta características próprias e que exigem, como no adulto, que a primeira intervenção para o diagnóstico ou para o tratamento não seja intempestiva e, de fato, tenha resolubilidade