Esofagogastrofundoplicatura videolaparoscópica por técnica mista
Laparoscopic mixed fundoplication
Rev. Col. Bras. Cir; 26 (6), 1999
Publication year: 1999
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma patologia frequente, acometendo cerca de 10 por cento da população geral. Esta incidência tem se elevado nos últimos anos. Tradicionalmente, sua abordagem terapêutica inicial é clínica, porém, o número de indicações cirúrgicas tem aumentado principalmente às custas das vantagens da videolaparoscopia. Durante o período de janeiro de 1993 a março de 1998, 112 pacientes foram submetidos a fundoplicatura e hiatoplastia por videolaparoscopia para o tratamento da DRGE, sendo 62 (55,3 por cento) do sexo masculino e 50 (44,7 por cento) do sexo feminino. A idade variou de 20 a 90 anos, com média de 40 anos. As indicações cirúrgicas foram doença refratária ao tratamento clínico (76,9 por cento), seguido por esôfago de Barrett (16,1 por cento), estenose esofágica (3,5 por cento), hemorragia digestiva alta por úlcera esofágica (2,6 por cento) e hérnia hiatal paraesofágica (0,9 por cento). Para o procedimento cirúrgico foram utilizados cinco trocartes. A hiatoplastia foi realizada com pontos em "X". Na fundoplicatura, após a passagem do fundo gástrico por trás do esôfago abdominal, inicialmente se realiza um ponto tomando as duas extremidades do fundo gástrico, porém sem fixar esta sutura ao esôfago. A partir daí, mais quatro pontos são realizados, sendo dois acima e dois abaixo deste ponto inicial, de maneira a envolver o esôfago, de modo parcial (270§). O tempo médio de cirurgia foi de 80 minutos e o de internação, de 1,8 dias. Ocorreram duas conversões (1,7 por cento). Não houve mortalidade, e as complicações assinaladas foram pneumotórax (0,9 por cento), enfisema subcutâneo (0,9 por cento), disfagia transitória (26 por cento) e disfagia persistente (3,5 por cento). A fundoplicatura mista laparoscópica tem se mostrado um procedimento seguro e eficaz para o tratamento definitivo da DRGE com baixo número de complicações, reunindo as vantagens clássicas da cirurgia laparoscópica: curto período de internação, rápida recuperação e bons resultados estéticos; e às de uma técnica simplificada, visando facilitar as duas etapas mais complicadas da cirurgia: hiatoplastia e fundoplicatura