Utilização do método videolaparoscópico na reconstituição do trânsito intestinal após a operação de Hartmann
The use of videolaparoscopic approach in the intestinal transit restoration after Hartmann's procedure

Rev. Col. Bras. Cir; 27 (1), 2000
Publication year: 2000

O objetivo é apresentar a padronização da técnica operatória e os resultados obtidos com a utilização do acesso videolaparoscópico na reconstituição do trânsito intestinal em pacientes previamente submetidos à operação de Hartmann por causas diversas. Foram analisados prospectivamente 32 pacientes, no período de dezembro de 1991 a junho de 1997, com distribuição semelhantes com relação ao sexo e com idade média de 42,4 anos. Todos os pacientes foram submetidos ao mesmo preparo pré-operatório e à mesma técnica cirúrgica. Ocorreram três (9,3 por cento) complicações transoperatórias. Uma (3,1 por cento) anastomose mecânica incompleta, necessitando de endossutura manual, uma (3,1 por cento) laceração do reto com o grampeador mecânico e uma (3,1 por cento) lesão da artéria epigástrica direita. Ocorreram ainda três (9,3 por cento) conversões, sendo uma (3,1 por cento) devido à laceração do reto com o grampeador mecânico, outra (3,1 por cento) pela invasão tumoral na pelve e outra (3,1 por cento) pela presença de excessivas aderências intraperitoneais. O tempo operatório variou de 30 a 240 minutos, na média de 126,2 minutos (2,1 horas). A evolução clínica pós-operatória foi satisfatória. Nove (31,0 por cento) pacientes não referiram dor, enquanto treze (44,8 por cento) a referiram em pequena intensidade, e apenas sete (24,0 por cento) queixaram-se de dor com maior intensidade. A dieta líquida via oral foi instituída no período médio de 1,6 dias, e a primeira evacuação ocorreu na média de 3,2 dias de pós-operatório. O período médio de hospitalização foi de 4,7 dias. Ocorreram complicações pós-operatórias em oito (27,5 por cento) pacientes. Duas (6,8 por cento) infecções da ferida do estoma, dois pacientes (6,8 por cento) com dor no ombro direito, uma (3,4 por cento) deiscência de anastomose, um (3,4 por cento) caso de peritonite por provável contaminação do material cirúrgico, uma coleção líquida pélvica e uma hérnia incisional. Em conclusão, a reconstituição do trânsito intestinal por videolaparoscopia apresentou-se segura e eficaz, podendo constituir-se no método cirúrgico de escolha, pois foi utilizada com sucesso em 90,6 por cento dos pacientes

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