Trauma hepático: uma experiência de 21 anos
Hepatic trauma: a 21-year experience

Rev. Col. Bras. Cir; 40 (4), 2013
Publication year: 2013

OBJETIVO:

avaliar os aspectos epidemiológicos, conduta, morbidade e resultados do tratamento trauma hepático.

MÉTODOS:

estudo retrospectivo de doentes com mais de 13 anos de idade admitidos em um hospital universitário de 1990 a 2010, submetidos ao tratamento cirúrgico ou não operatório (TNO).

RESULTADOS:

foram admitidos 748 pacientes com trauma hepático. O mecanismo de trauma mais frequente foi o trauma penetrante (461 casos; 61,6%). O trauma fechado ocorreu em 287 pacientes (38,4%). De acordo com o grau de lesão hepática (AAST-OIS), no trauma fechado foi observada uma predominância dos graus I e II e no trauma penetrante, uma predominância do grau III. O TNO foi realizado em 25,7% dos pacientes com trauma hepático contuso. Entre os procedimentos cirúrgicos, a sutura foi realizada com maior frequência (41,2%). A morbidade relacionada ao fígado foi 16,7%. A taxa de sobrevida para pacientes com trauma hepático fechado foi 73,5% e no trauma penetrante de 84,2%. A mortalidade no trauma complexo foi 45,9%.

CONCLUSÃO:

o trauma permanece mais incidente nas populações mais jovens e no sexo masculino. Houve uma redução dos traumas hepáticos penetrantes. O TNO se mostrou seguro e efetivo, e, frequentemente, foi empregado para tratar os pacientes com trauma hepático penetrante. A morbidade foi elevada e a mortalidade foi maior em vítimas de traumas contusos e em lesões hepáticas complexas.

OBJECTIVE:

To evaluate the epidemiological aspects, behavior, morbidity and treatment outcomes for liver trauma.

METHODS:

We conducted a retrospective study of patients over 13 years of age admitted to a university hospital from 1990 to 2010, submitted to surgery or nonoperative management (NOM).

RESULTS:

748 patients were admitted with liver trauma. The most common mechanism of injury was penetrating trauma (461 cases, 61.6%), blunt trauma occurring in 287 patients (38.4%). According to the degree of liver injury (AAST-OIS) in blunt trauma we predominantly observed Grades I and II and in penetrating trauma, Grade III. NOM was performed in 25.7% of patients with blunt injury. As for surgical procedures, suturing was performed more frequently (41.2%). The liver-related morbidity was 16.7%. The survival rate for patients with liver trauma was 73.5% for blunt and 84.2% for penetrating trauma. Mortality in complex trauma was 45.9%.

CONCLUSION:

trauma remains more common in younger populations and in males. There was a reduction of penetrating liver trauma. NOM proved safe and effective, and often has been used to treat patients with penetrating liver trauma. Morbidity was high and mortality was higher in victims of blunt trauma and complex liver injuries.

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