Plantas medicinais: o conhecimento e uso popular
Medicinal plants: popular knowledge and use
Rev. APS; 18 (4), 2015
Publication year: 2015
Os saberes populares e os conhecimentos científicos estão interligados por uma ponte acessível a todos os profissionais da saúde. Nesse sentido, esta pesquisa teve como principal objetivo articular esses saberes e propagar o conceito de que o conhecimento é uma construção de mão dupla. Pesquisa populacional-territorial, descritiva e transversal, cujo objetivo geral foi descrever o conhecimento popular em relação às plantas medicinais junto a três Unidades de Saúde da Família (USF), no interior do Estado de São Paulo, no ano de 2013. Os objetivos específicos se detiveram em relacionar essas plantas medicinais quanto ao nome popular, partes usadas, modo de preparo, conservação, finalidade terapêutica, frequência e a origem do uso. A coleta de dados ocorreu, por meio de entrevistas estruturadas, totalizando 25 participantes indicados pelas equipes das USFs. A caracterização dos participantes aponta que o maior número é do sexo feminino, 19 (76%) e 6 do sexo masculino (24%), com idade entre 32 e 80 anos. Os resultados revelam que o início dessa prática, para a maioria dos participantes aconteceu, a partir de um aprendizado com os pais. Dentre as plantas apontadas, mais de 100 são para uso medicinal, caracterizando-se, desde algumas frutas até resina e resíduos de madeira. As mais citadas foram o guaco, a hortelã, o boldo e o rubim. Em relação à finalidade de uso, a mais citada, o guaco é usado para afecções do trato respiratório (como tosse, expectoração, rinite, sinusite, estado gripal), fato em consonância com a literatura científica.
Popular and scientific knowledge are interconnected by a link accessible to all health professionals. Thus, the principal aim of this research was to articulate this knowledge and to spread the concept that knowledge is a two-way construct. This is a population-territorial, cross-sectional, descriptive study whose general objective was to describe popular knowledge regarding medicinal plants, working with three Family Health Units (FHUs) in the State of São Paulo, in 2013. The specific objectives were to report on the medicinal plants used by the community, collecting their popular name (and whether fresh or dried household plants were used), the parts used, the way of preparing them, conservation, therapeutic purpose, frequency, and the source for the usage. The data collection was done through standardized interviews, with 25 participants indicated by the FHU teams. The characterization of the participants shows that the majority were female, 19 (76%), and 6 were male (24%), with ages between 32 and 80 years. The results reveal that the beginning of this practice, for most participants, came from lessons with parents. Among the plants mentioned, over 100 are for medical use, characterized by some fruit, and even resin and wood waste. The most-cited were: guaco, mint, bilberry, and ruby. Regarding the purpose of the use, the most-mentioned plant, guaco, is used for disorders of the respiratory tract such as coughing and expectoration, a fact consistent with the scientific literature.