No presente trabalho, estudamos a frequência de achados de esfregaços anormais pelo exame de Papanicolaou nas populações de adolescentes (idade <=21 anos)e adulta (>21 anos) atendidas pelo Setor de Citologia do Instituto Adolfo Lutz-Programa de Prevenção do Câncer de Colo Uterino nos últimos seis anos (1996 a 2001). Verificamos que a frequência destes achados vem aumentando gradativamente em ambas as populações, sendo sempre mais alta nas adolescentes (1,7 por cento, 2,3 por cento, 1,8 por cento, 1,3 por cento, 2,6 por cento e 4,2 por cento respectivamente). Nas mulheres adultas, as lesões também sobreram progressivo aumento com o passar dos anos, com ocorrência de 1,2 por cento, 1,3 por cento, 1,0 por cento, 0,9 por cento, 1,6 por cento e 2,5 por cento respectivamente. A análise estatística mostrou uma tendência linear de aumento de frequência de exames anormais em ambos os grupos sendo maior nas adolescentes. Acrescendo os dados dos quatro anos precedentes (1992 a 1995) de estudo similar, publicado anteriormente, envolvendo o mesmo tipo de populações, as diferenças foram ainda mais notáveis com relação aos anos posteriores: de 1992 a 1995, a frequência de lesões na população de adolescentes foi de 0,45 por cento, 0,95 por cento, 1,12 por cento e 2,10 por cento, e na população de adultas, 0,44 por cento, 0,72 por cento, 0,87 por cento e 1,18 por cento respectivamente. Uma vez que a progressão das lesões para câncer cervical se dá em um período médio de dez anos, é de grande importância que a população mais jovem, sexualmente ativa, também seja monitorada pelos Programas de Prevenção de Câncer do Colo Uterino. (AU)