Stents coronários: implante direto "versus" pré-dilatação
Coronary stents: direct stenting versus with predilation
Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 12 (2), 2002
Publication year: 2002
Nos últimos anos, tornaram-se disponíveis stents coronários pré-montados, de espessura reduzida, firmemente aderidos à superfície de balões de angioplastia, permitindo o implante da endoprótese metálica sem a pré-dilatação da lesão-alvo (implante direto). Diversos estudos multicêntricos e randomizados demonstraram a viabilidade e a segurança do implante direto em lesões selecionadas, com taxas de sucesso superiores a 90 por cento. A presença de calcificação, detectada pela angiografia, é, seguramente, a maior limitação do implante direto. As lesões suboclusivas não representam impedimento para o implante sem prédilatação. A técnica de implante direto tem como atrativos a possibilidade de redução do tempo de intervenção e de exposição à radiação (principalmente em lesões não comple- xas), além de comprovada redução do consumo de material, melhorando a custo-efetividade do procedimento. Discute-se também a possibilidade de essa técnica interferir positivamente nos resultados imediatos e tardios da intervenção, por reduzir a injúria à parede vascular. Entretanto, diversos estudos clínicos randomizados demonstraram, de forma unânime, a equivalência e não a superioridade dessa técnica em comparação à técnica convencional com pré-dilatação. Atualmente, a maioria dos cardiologistas intervencionistas utiliza o implante direto em mais de 50 por cento dos casos. Acredita-se que, no futuro próximo, essa técnica poderá ser útil em associação com novos dispositivos que se encontram em franca evolução, como os stents revestidos com drogas antiproliferativas...