Placa vulnerável da aorta: aspectos clínicos e implicações terapêuticas
Aortic atheromas: clinical aspects and therapeutic implications

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 12 (4), 2002
Publication year: 2002

A aorta é freqüentemente comprometida pelo processo aterosclerótico. A instabilização dessas placas na aorta, assim como ocorre nas artérias coronárias, pode ser parte do processo etiopatogênico de importantes síndromes clínicas, como acidente vascular cerebral embólico, embolia arterial periférica, úlcera penetrante e hematoma intramural.A aorta só passou a ser reconhecida como parte desses processos a partir do desenvolvimento de novos métodos de imagem, como o ecocardiograma transesofágico e a ressonância nuclear magnética.A complicação dessas placas, com a formação de trombo em sua superfície, é importante fonte de embolia. Em pacientes com acidente vascular cerebral embólico, sem fonte embólica definida, é obrigatória a investigação da aorta com um dos exames de imagem acima descritos.A partir da década de 80, avançamos no conhecimento das dissecções aórticas e suas variantes:úlcera de aorta e hematoma intramural. A placa de ateroma pode ser o substrato anatomopatológico inicial dessas entidades. A evolução clínica desses doentes é temerosa, uma vez que possuem, comparativamente, maior tendência à ruptura espontânea da aorta que a dissecção clássica. Para o diagnóstico, pode-se utilizar a angiografia, a tomografia computadorizada, a ressonância magnética nuclear e o ecocardiograma transesofágico. O tratamento deve ser individualizado, considerando os casos de acometimento da aorta ascendente como emergência, semelhante à conduta adotada para a dissecção aórtica tipo A. Quando o acometimento aórtico ocorre na aorta descendente, pode-se optar pelo tratamento clínico, pelo tratamento cirúrgico por meio da troca do segmento de aorta acometido ou pela utilização de endopróteses auto-expansíveis...

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