Implicações do tabagismo ativo e do tabagismo passivo como mecanismos de instabilização da placa aterosclerótica
Implications of active and passive smoking as pathway on the atherosclerotic plaque instability

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 12 (4), 2002
Publication year: 2002

O tabagismo acelera e agrava a aterosclerose e aumenta o risco de doenças arteriais coronárias.A nicotina estimula a liberação de catecolaminas, estimula as lesões no endotélio arterial e promove a aterogênese. Radicais livres e compostos aromáticos diminuem a síntese de óxido nítrico no endotélio, prejudicando o relaxamento dependente do endotélio nas artérias, sinal precoce da disfunção endotelial. Os tabagistas apresentam alteração tanto no balanço vascular biológico, propiciando a trombogênese, por meio de efeitos nas plaquetas e fatores de coagulação, como no balanço do tônus vascular, favorecendo a vasoconstrição. A nicotina favorece o crescimento celular. A produção endotelial de óxido nítrico, prostaciclinas e fator de crescimento do endotélio vascular pode ter participação nesses efeitos. O aumento da oxidação das lipoproteínas de baixa densidade em fumantes tem efeito sinérgico na adesão e na migração de monócitos. O tabagismo também potencializa a trombose na disfunção endotelial, por meio do aumento da concentração plasmática de fibrinogênio e de alterações na atividade plaquetária. Todos esses efeitos pró-aterogênicos do tabagismo nas lesões endoteliais também são observados, embora em menor extensão, em tabagistas passivos. A disfunção endotelial está envolvida tanto no desenvolvimento da lesão aterosclerótica como em sua desestabilização. A transformação de uma placa estável para instável envolve degradação da capa fibrosa da lesão aterosclerótica e complexa interação entre linfócitos, macrófagos e células endoteliais. O tabagismo está associado com a ocorrência de doenças vasculares periféricas e aterosclerose, e pode provocar, significativamente, a instabilidade da placa aterosclerótica...

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