La Psychologie de la forme
The Psychology of Form

Rev. abordagem gestál. (Impr.); 15 (1), 2009
Publication year: 2009

A teoria da Forma (Gestalttheorie)4 é, ao mesmo tempo, uma filosofia e uma psicologia. Por um lado, ela introduz as noções de forma ou de estrutura, tanto na interpretação do mundo físico quanto do mundo biológico e mental; ela estabelece a conexão de fatos que as concepções tradicionais separam e funda, sobre essas aproximações, uma filosofia monista da natureza. Por outro lado, aplica essas mesmas noções, no domínio especial da psicologia, a problemas determinados e concretos. Quer libertar essa ciência de certos quadros tradicionais, que limitaram os seus horizontes e afastaram-se da realidade e da vida. Mas sua orientação permanece científica; seus fundamentos são, antes de tudo, experimentadores habituados a pedir, a observações exatas e minuciosas, o controle de suas hipóteses mais ousadas. Seria, pois, fazer a mais falsa idéia dessa teoria &– e esse erro foi cometido, por vezes &– nela ver uma pura especulação filosófica, e crer que seu interesse se limita à exploração, por meio de uma nova linguagem, de certas analogias, muito gerais, entre diversas classes de fatos. Para compreendê-la e julgá-la, ser-nos-á necessário &– dentro dos limites que se impõem pelas dimensões desse livro &– seguir os autores no seu laboratório e assistir a alguns de seus experimentos. Aliás, qualquer que seja a sorte futura da teoria, os fatos novos que terá divulgado permanecerão, as idéias experimentais conservarão seu interesse. O papel de uma teoria não provém unicamente da inteligibilidade que introduz nos fatos conhecidos, mas também do seu valor heurístico e da sua fecundidade na pesquisa. A teoria da Forma surgiu na Alemanha, nos princípios do século XX. Veremos, mais adiante, a que crise havia conduzido, naquela época, a evolução de uma psicologia orientada, desde meio século, para a análise. Por toda parte sentia-se a necessidade de novos princípios. A reconhecida insuficiência da teoria dos elementos fazia reclamar uma psicologia dos conjuntos, das estruturas, das formas; esse programa era comum a várias escolas. Mas nosso objetivo não é fazer a história desse movimento. Limitaremos nossa exposição a uma dessas escolas, a que nos pareceu a mais interessante, tanto pela homogeneidade de sua doutrina, como pela importância de sua contribuição experimental, aquela que na Alemanha se chama escola de Berlim, ilustrada pelos nomes de Wertheimer, de Köhler, de Koffka, de Lewin. Deixaremos para indicar, se houver ocasião, os pontos em que assentam as diferenças entre as escolas.

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