Violência de gênero em mulheres com diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis no nordeste do Brasil
Domestic violence in women with sexually transmitted disease in the northeast of Brazil
Violencia de género en mujeres con diagnóstico de enfermedades de transmisión sexual en el noreste de Brasil
Rev. baiana saúde pública; 36 (3), 2012
Publication year: 2012
Este estudo teve por objetivo identificar a ocorrência de violência de gênero, por parte dos parceiros íntimos, de mulheres com diagnóstico de doença sexualmente transmissível (DST) em Fortaleza, Ceará. Trata-se de um estudo quantitativo descritivo realizado em duas unidades de referência para atendimento de doenças sexualmente transmissíveis. Os dados foram coletados por meio de um questionário entre os mesesde março a maio de 2009. Participaram da pesquisa todas as mulheres atendidas com diagnóstico de DST no período. Os dados foram digitados e analisados no EPI INFO, versão 3.5.1 e apresentados em tabelas com frequências simples e medidas de tendência central. A faixa etária predominante foi de 18 a 28 anos, com a média de 30,3 anos. A quasetotalidade, 41 (82%), sentiu medo para comunicar o diagnóstico da DST ao companheiro e 34 (68%) sofreram algum tipo de violência após a revelação. Foram submetidas a sexo forçado, 15 (44,1%), a insultos e humilhações, 12 (35,3%), e agredidas fisicamente com tapas e/ouempurrões, 7 (20,6%). Moravam com o parceiro sexual 49 (98%) e 19 (38%) tiveram um único parceiro sexual ao longo da vida. Concluiu-se que as mulheres diagnosticadas com DST vivenciam situações de violência diante da revelação do diagnóstico ao parceiro.
The objective of this study was to identify the occurrence of gender based violence by intimate partners of women diagnosed with sexually transmitted disease (STD) in Fortaleza, Ceará, Brazil. This is a quantitative descriptive study conducted in two reference units for sexually transmitted diseases treatment. The data was collected through a questionnaire from March to May 2009. All the women who were diagnosed with STD and were treated during this period, participated in the research. The data was digitized and analyzed using the EPI INFO, version 3.5.1 and were presented in tables with simple frequencies and measures of central tendency. The predominant age group was 18 to 28 years old, with an average of 30.3 years old. Almost all 41 (82%) were afraid to communicate the DST diagnosis to their partners and 34 (68%) suffered some type of violence after revealing it. They were forced to have sexual intercourse, 15 (44.1%); and physical aggressions such as slapping, punching and/or pushing, 7 (20.6%). They lived with their sexual partner, 49 (98%) and 19 (38%) had only one sexual partner during their entire lives. It can be concluded from this study that the women diagnosed with STD experienced violent situation when they revealed their diagnosis to their partners.
Este estudio tuvo como objetivo identificar los casos de violencia de género, por parte de los compañeros sexuales, de mujeres con diagnóstico de enfermedad de transmisión sexual (ETS) en Fortaleza, Ceará. Se trata de un estudio cuantitativo, descriptivo, realizado en dos unidades de referencia para el atendimiento de enfermedades de transmisión sexual. Los datos fueron recolectados a través de un cuestionario, entre los meses de marzo a mayo de 2009. Participaron en la investigación todas las mujeres diagnosticadas con ETS en dicho período. Los datos fueron digitados y analizados por el EPI INFO, versión 3.5.1. y presentados en tablas con frecuencias simples y medidas de tendencia central. El grupo de edad predominante fue de 18 a 28 años, con un promedio de 30,3 años. Casi la totalidad, 41(82%), sintió miedo al comunicar el diagnóstico de la ETS al compañero y 34 (68%), sufrieronalgún tipo de violencia después de hacer la revelación. 15 de ellas, (44,1%), fueron sometidas a relaciones sexuales forzadas, 12 (35,3%) a insultos y humillaciones y 7 (20,6%) fueron agredidas físicamente con cachetadas y/o empujones. 49 (98%) vivían con el compañero sexual y 19 (38%) tuvieron sólo un compañero sexual durante toda la vida. Se concluye que las mujeres diagnosticadas con ETS vivencian situaciones de violencia delante de la revelación del diagnóstico al compañero.