Paravertebral block for management of acute postoperative pain and intercostobrachial neuralgia in major breast surgery
Bloqueio paravertebral no controle da dor aguda pós-operatória e dor neuropática do nervo intercostobraquial em cirurgia mamária de grande porte

Rev. bras. anestesiol; 66 (5), 2016
Publication year: 2016

Abstract Background:

Several locoregional techniques have been described for the management of acute and chronic pain after breast surgery. The optimal technique should be easy to perform, reproducible, with little discomfort to the patient, little complications, allowing good control of acute pain and a decreased incidence of chronic pain, namely intercostobrachial neuralgia for being the most frequent entity.

Objectives:

The aim of this study was to evaluate the paravertebral block with preoperative single needle prick for major breast surgery and assess initially the control of postoperative nausea and vomiting (PONV) and acute pain in the first 24 h and secondly the incidence of neuropathic pain in the intercostobrachial nerve region six months after surgery.

Methods:

The study included 80 female patients, ASA I-II, aged 18-70 years, undergoing major breast surgery, under general anesthesia, stratified into 2 groups: general anesthesia (inhalation anesthesia with opioids, according to hemodynamic response) and paravertebral (paravertebral block with single needle prick in T4 with 0.5% ropivacaine + adrenaline 3 µg mL−1 with a volume of 0.3 mL kg−1 preoperatively and subsequent induction and maintenance with general inhalational anesthesia). In the early postoperative period, patient-controlled analgesia (PCA) was placed with morphine set for bolus on demand for 24 h. Intraoperative fentanyl, postoperative morphine consumption, technique-related complications, pain at rest and during movement were recorded at 0 h, 1 h, 6 h and 24 h, as well as episodes of PONV. All variables identified as factors contributing to pain chronicity age, type of surgery, anxiety according to the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), preoperative pain, monitoring at home; body mass index (BMI) and adjuvant chemotherapy/radiation therapy were analyzed, checking the homogeneity of the samples. Six months after surgery, the incidence of neuropathic pain in the intercostobrachial nerve was assessed using the DN4 scale.

Results:

The Visual Analog Scale (VAS) values of paravertebral group at rest were lower throughout the 24 h of study 0 h 1.90 (±2.59) versus 0.88 (±1.5) 1 h 2.23 (±2.2) versus 1.53 (±1.8) 6 h 1.15 (±1.3) versus 0.35 (±0.8); 24 h 0.55 (±0.9) versus 0.25 (±0.8) with statistical significance at 0 h and 6 h. Regarding movement, paravertebral group had VAS values lower and statistically significant in all four time points: 0 h 2.95 (±3.1) versus 1.55 (±2.1); 1 h 3.90 (±2.7) versus 2.43 (±1.9) 6 h 2.75 (±2.2) versus 1.68 (±1.5); 24 h 2.43 (±2.4) versus 1.00 (±1.4). The paravertebral group consumed less postoperative fentanyl (2.38 ± 0.81 µg kg−1 versus 3.51 ± 0.81 µg kg−1) and morphine (3.5 mg ± 3.4 versus 7 mg ± 6.4) with statistically significant difference. Chronic pain evaluation of at 6 months of paravertebral group found fewer cases of neuropathic pain in the intercostobrachial nerve region (3 cases versus 7 cases), although not statistically significant.

Conclusions:

Single-injection paravertebral block allows proper control of acute pain with less intraoperative and postoperative consumption of opioids but apparently it cannot prevent pain chronicity. Further studies are needed to clarify the role of paravertebral block in pain chronicity in major breast surgery.

Resumo Justificativa:

Estão descritas várias técnicas locorregionais para a abordagem da dor aguda e dor crônica após cirurgia de mama. O ideal seria uma técnica fácil de fazer, reprodutível, com pouco desconforto para as doentes, com poucas complicações e que permitirá um bom controle da dor aguda e uma diminuição da incidência de dor crônica, notadamente dor neuropática do intercostobraquial, por ser a entidade mais frequente.

Objetivos:

Estudar a aplicação de bloqueio paravertebral com picada única no pré-operatório de cirurgia mamária de grande porte. Avaliar numa primeira fase o controle de dor aguda e náuseas-vômitos no pós-operatório (NVPO) nas primeiras 24 horas e numa segunda fase a incidência de dor neuropática na região do nervo intercostobraquial seis meses após a cirurgia.

Métodos:

Foram incluídas 80 doentes do sexo feminino, ASA I-II, entre 18 e 70 anos, submetidas a cirurgia mamária de grande porte sob anestesia geral, estratificadas em dois grupos: anestesia geral (anestesia geral inalatória com opioides segundo resposta hemodinâmica) e paravertebral (bloqueio paravertebral com picada única em T4 com ropivacaína 0,5% + adrenalina 3 µg/mL com um volume de 0,3 mL/kg pré-operatoriamente e posterior indução e manutenção com anestesia geral inalatória). No pós-operatório imediato foi colocada PCA (Patient-controlled analgesia) de morfina programada com bolus a demanda durante 24 horas. Foram registados fentanil intraoperatório, consumo de morfina pós-operatória, complicações relacionadas com as técnicas, dor em repouso e ao movimento a 0, 1 h, 6 h e 24 h, assim como os episódios de NVPO. Foram analisadas todas as variáveis identificadas como fatores de cronificação da dor idade, tipo de cirurgia, ansiedade segundo escala de HADS (Hospital Anxiety and Depression scale), dor pré-operatória; acompanhamento no domicílio; índice de massa corporal (IMC), tratamentos adjuvantes de quimioterapia/radioterapia e foi verificada a homogeneidade das amostras. Aos seis meses da cirurgia foi avaliada, segundo escala DN4, a incidência de dor neuropática na área do nervo intercostobraquial.

Resultados:

O grupo paravertebral teve valores de VAS (Escala Visual Analógica) em repouso mais baixos ao longo das 24 horas de estudo 0 h 1,90 (± 2,59) versus 0,88 (± 1,5); 1 h 2,23 (± 2,2) versus 1,53 (± 1,8); 6 h 1,15 (± 1,3) versus 0,35 (± 0,8); 24 h 0,55 (± 0,9) versus 0,25 (± 0,8) com significado estatístico às 0 e às 6 horas.

Em relação ao movimento o grupo paravertebral teve valores de VAS mais baixos e com significância estatística nos quatro momentos de avaliação:

0 h 2,95 (± 3,1) versus 1,55 (± 2,1); 1 h 3,90 (± 2,7) versus 2,43 (± 1,9) 6 h 2,75 (± 2,2) versus 1,68 (± 1,5); 24 h 2,43 (± 2,4) versus 1,00 (± 1,4). O grupo paravertebral consumiu menos fentanil (2,38 ± 0,81 µg/Kg versus 3,51 ± 0,81 µg/Kg) e menos morfina no pós-operatório (3,5 mg ± 3,4 versus 7 mg ± 6,4), com diferença estatisticamente significativa. Na avaliação de dor crônica aos seis meses no grupo paravertebral houve menos casos de dor neuropática na região do nervo intercostobraquial (três versus sete) embora sem significância estatística.

Conclusões:

O bloqueio paravertebral com picada única permite um adequado controle da dor aguda com menor consumo de opioides intraopreatórios e pós-operatórios, mas aparentemente não consegue evitar a cronificação da dor. Mais estudos são necessários para esclarecer o papel do bloqueio paravertebral na cronificação da dor em cirurgia mamária de grande porte.

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