Tratamento cirúrgico do câncer de esôfago
Surgical treatment for esophageal cancer
Rev. bras. cancerol; 53 (4), 2007
Publication year: 2007
Este estudo tem como objetivo analisar os resultados do tratamento cirúrgico do câncer de esôfago na Seção deCirurgia Abdominopélvica do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Foram analisados, retrospectivamente, osprontuários de 93 pacientes portadores de câncer de esôfago, submetidos à esofagectomia no INCA entre janeirode 1997 e dezembro de 2005 (período no qual organizou-se o Grupo de Esôfago).
Os principais parâmetrosavaliados no estudo foram:
tempo de internação hospitalar, percentual de morbidade operatória e percentual de mortalidade operatória. Em relação aos resultados, a mediana de idade foi de 57 anos (25 anos a 85 anos), sendo71 pacientes do sexo masculino e 22 pacientes do sexo feminino. A mediana do tempo de internação foi de 20 dias. O percentual de complicação operatória foi de 61 por cento e a mortalidade operatória foi de 7 por cento. Após a avaliaçãodos resultados e revisão da literatura, pode-se concluir que a esofagectomia por câncer de esôfago, apesar deapresentar elevada morbidade operatória, permanece como o tratamento-padrão para pacientes com doença ressecávele sem contra-indicação clínica; e que a redução da mortalidade operatória com a esofagectomia, atualmenteobservada, decorre de uma melhor seleção de pacientes para os quais é indicada a cirurgia, além de maior nível de especialização da equipe cirúrgica e atenção voltada para os cuidados per e pós-operatórios.
This study analyzes the results of surgical treatment for esophageal cancer at the Department of Abdominal and Pelvic Surgery, Brazilian National Cancer Institute (INCA). Medical files were analyzed retrospectively for a total of 93 patients with esophageal cancer who underwent esophagectomy from January 1997 to December 2005 (theperiod in which the Esophageal Study Group was formed). The main target parameters in the study were length of hospitalization and percentages of operative morbidity and mortality. Mean age was 57 years (25-85), with 71 males and 22 females. Mean hospitalization time was 20 days. The surgical complications rate was 61%, and surgical mortality was 7%. We conclude that esophagectomy for esophageal cancer presents high surgical morbidity, but remains the standard treatment for patients with resectable disease and without clinical contraindications. The currently observed reduction in surgical mortality related to esophagectomy has resulted from better patient selection,in addition to greater specialization by the surgical team and improved peri- and post-operative care.