Rev. bras. cardiol. invasiva; 15 (1), 2007
Publication year: 2007
Introdução:
Vários dispositivos têm sido utilizados para o fechamento percutâneo dos canais arteriais, com graus variáveis de sucesso. Dentre eles, destaca-se o oclusor ductal Amplatzer (Amplatzer Duct Occluder® - ADO) que, pela sua facilidade de uso, segurança e eficiência, em praticamente todos os tipos de canais, tem sido largamente utilizado. Neste trabalho, apresentamos a experiência do nosso grupo com este dispositivo, discutindo suas características, aspectos técnicos do seu implante, bem como os resultados obtidos com o seu emprego. De abril de 1999 até dezembro de 2006, 116 pacientes foram encaminhados para oclusão percutânea. Destes, 91 (64F:27M) foram selecionados para fechamento percutâneo utilizando a prótese Amplatzer. O implante foi realizado da maneira tradicional, já descrita em outros trabalhos, na maioria dos casos. Nos PCA de menor diâmetro, foi necessária a dilatação da extremidade pulmonar
do canal com cateter-balão para angioplastia coronariana. Os casos foram todos selecionados por meio de ecocardiogramas transtorácicos (ETT) com mapeamento de fluxo a cores. O seguimento foi feito com ETT no dia seguinte ao procedimento e com 1, 3, 6 e 12 meses (m) após.: Resultados: As idades variaram de 2 a 600 meses (48,0 ± 116,4 meses) e os pesos de 4 a 88 kg (17,0 ± 19,1 kg). Os menores diâmetros dos canais variaram entre 0,5 e 11 mm (3,0 ± 1,8 mm), sendo 25 menores do que 2 mm. Os tipos morfológicos se distribuíram da seguinte maneira:
tipo A= 58 (64%); tipo C= 6 (7%); tipo D= 2 (2%) e tipo E= 25 (27%), de acordo com a classificação de Krichenko. Não houve nenhum canal do tipo B na nossa casuística. Foram usadas ADO em 90
casos, distribuídas segundo os tamanhos, como se segue: 5-4 em 4 casos (4%); 6-4 em 34 casos (37%); 8-6 em 33 (37%); 10-8 em 16 (18%) e 12-10 em 3 (3%). Em uma
paciente de 50 anos com canal amplo e hipertensão arterial pulmonar grave, foi utilizada, com sucesso, uma prótese de CIV muscular (Amplatzer Muscular VSD Occluder® - VSD
MUSC) de 12 mm. O implante foi possível em 90 casos. No outro, a rosca defeituosa de uma prótese ADO 8-6 causou seu destacamento prematuro na aorta descendente. O paciente foi encaminhado para cirurgia eletiva, onde teve a prótese resgatada e seu canal ligado sem problemas. Em todos os que tiveram o implante, houve fechamento completo, sem fluxo residual dentro do primeiro mês do procedimento, e se mantêm fechados desde então. Não houve complicações significativas relacionadas ao uso da prótese. Não houve
óbitos relacionados ao procedimento. Conclusões:
O fechamento dos canais arteriais com a prótese Amplatzer é um procedimento extremamente simples, seguro e com alto índice de sucesso. É nossa opinião que deva ser adotada como primeira opção para a oclusão de todos os canais. O procedimento é possível mesmo nos canais de pequeno diâmetro (< 2 mm), que são indicados para fechamento percutâneo.
Background:
Several devices have been used for transcatheter closure of Patent Ductus Arteriosus (PDA), with varying degrees of success. Among them, the Amplatzer Duct Occluder™ (ADO) is now widely used due to ease of use, safety and efficacy to close almost all types of PDAs. The authors present their experience with this device and discuss its features, technical aspects of the implant and results obtained. Methods:
From April 1999 to December 2006, 116 patients were subsequently submitted to transcatheter occlusion. Out of those, 91 (64F:27M) were selected for occlusion with the ADO. Implants were performed as described elsewhere, in most cases. Pulmonary extremity was dilated with coronary balloon catheters in smallest ductuses. All cases were selected based on previous transthoracic echos with color flow mapping (TTE). Follow-up was carried out through immediate, 1m, 3m, 6m and 12m TTE. Results:
Ages ranged from 2 to 600 months
(87.0±116.4mo) and weight from 4 to 88 kg (23.8±19.1 kg). Mean PDA diameter was 3.0 ± 1.8mm (ranging 0.5 to 11mm). Morphology of PDA was assessed, according to Krichenko's classification, and was of type A in 58 patients (64%), type C in 6 patients (7%), type D in 2 patients (2%) and type E in 25 patients (27%). No type B PDAs were found in our series. Devices were successfully implanted in 90 patients. Type of devices used were PDA occluder 5-4 in 4 cases (4%), 6-4 in 34 cases (37%), 8-6 in 33 cases (36%), 10-8 in 16 cases (18%), 12-10 in 3 cases (3%). In a 50 yearold female patient with severe pulmonary hypertension, a 12mm Muscular VSD Occluder device was successfully implanted. In only one patient the implant was not achieved because of defective screwing mechanism that caused inadvertent release of the device in the descending aorta. Defect was closed and the device retrieved surgically, with no further complications. There was total occlusion in all other cases, as of 1-month follow-up TTE. All ductuses remained closed thereafter. No major complications or procedurerelated deaths were observed. Conclusions:
The Amplatzer Duct Occluder has proven to be user-friendly, safe and effective for transcatheter PDA closure. Based on our own experience and that of others, we suggest that it should become the method of choice for percutaneous PDA occlusion in ductuses of suitable anatomy.