Oclusão percutânea de uma comunicação interatrial tipo Ostium Primum: nova opção terapêutica ou apenas um golpe de sorte?
Transcatheter closure of an Ostium Primum septal defect: alternative therapy or just a lucky shot?

Rev. bras. cardiol. invasiva; 16 (4), 2008
Publication year: 2008

Até o momento, o uso percutâneo de próteses para o fechamento da comunicação interatrial tipo ostium primum (CIA OP) era considerado impossível pelo envolvimento e proximidade das valvas atrioventriculares. Os autores relatam, pela primeira vez, um caso bem-sucedido de oclusão percutânea de CIA OP utilizando Transcatheter Patch® (Custom Medical Devices – Atenas, Grécia). TST, sexo masculino, 25 anos, 80 kg, portador de CIA OP e cleft mitral, sem regurgitação significativa. Operado em 2005, apresentou CIA OP residual de 16 mm, recusando nova cirurgia. Em dezembro de 2007, foi encaminhado para tentativa de oclusão percutânea. O procedimento foi realizado sob anestesia geral e monitoração contínua por ecocardiograma transesofágico (ETE). O diâmetro estirado da CIA mediu 21 mm, obtido pela oclusão do defeito com balão medidor CMD Sizing Balloon inflado com 6 ml de solução salina e contraste. Sobre guia rígida, introduzida na aorta ascendente através do ventrículo esquerdo, foi posicionada bainha de Mullins 12 F através do defeito. Foi selecionado patch de tamanho médio, com cola cirúrgica de polietilenoglicol aplicada, montado sobre balão medidor CMD e introduzido através da bainha longa. O sistema foi recuado, ocluindo o defeito e expandindo o patch. Mantendo o sistema imobilizado, o paciente foi encaminhado para unidade de tratamento intensivo. O balão foi retirado sob fluoroscopia e ETE na manhã seguinte, deixando o patch aderido ao septo atrial. ETE de controle mostrou CIA OP completamente fechada. Mais estudos se fazem necessários para melhor estabelecer a segurança, a eficácia e a reprodutibilidade dessa técnica.
Up to now, transcatheter device closure of ostium primum atrial septal defects (ASD) was considered impossible due to the proximity of the AV valves. The authors report for the first time a successful case of catheter closure of an ostium primum septal defect using the Transcatheter Patch® (Custom Medical Devices – Athens, Greece). TST, male, 25 years old, 80 kg, with ASD with mitral cleft, with no significant regurgitation. After surgery in 2005, presented residual ASD of 16 mm. Refused new surgery. In December of 2007 was referred for attempted catheter closure. The procedure was done under general anesthesia and continuous monitoring using transesophageal echocardiogram (TEE). The stretched diameter of the ASD measured 21 mm, obtained via occlusion of the defect with a CMD Sizing Balloon inflated with a 6 mL saline solution and contrast. Using a rigid guidewire introduced into the ascending aorta through the left ventricle, a Mullins 12 F sheath was positioned on the defect. An average-size patch was selected, polyethylene glycol surgical glue applied. It was mounted on a CMD Sizing Balloon and introduced through the long sheath. Then, the system was withdrawn, occluding the defect and expanding the patch. Keeping the system immobilized, the patient was referred to the intensive care unit. The balloon was withdrawn under fluoroscopy and TEE the following morning, leaving the patch adhering to the atrial septum. Control TEE showed that the ASD was completely closed. Further studies are needed to better establish the safety, efficacy and reproducibility of this technique.

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