Rev. bras. cardiol. invasiva; 19 (3), 2011
Publication year: 2011
Introdução:
A oclusão percutânea das comunicações interventriculares (CIVs) surgiu como uma alternativa ao tratamento cirúrgico ainda na década de 1980. Durante o implante da prótese por via anterógrada, a formação de uma alça arteriovenosa com a guia é tecnicamente difícil e demanda tempo. O objetivo deste estudo foi apresentar a experiência dos autores com a via retrógada e mostrar sua exequibilidade nos diversos tipos de CIV. Métodos:
Foram incluídos pacientes portadores de defeitos do septo interventricular, que não apresentassem outros defeitos associados. Os casos foram selecionados por meio de ecocardiografia transtorácica. Resultados:
No total, 8 pacientes foram submetidos ao procedimento, 4 portadores de CIV muscular e 4 portadores de CIV perimembranosa. Metade era do sexo masculino, as idades variaram de 7 anos a 32 anos (18,6 ± 7,8 anos) e os pesos, de 30 kg a 97 kg (66,12 ± 24,7 kg). Os diâmetros dos defeitos variaram de 2 mm a 8,6 mm (5 ± 2,4 mm). O implante foi possível em todos os casos, e a prótese mais utilizada foi a Lifetech CeraTM tipo I. As próteses AmplatzerTM Muscular VSD Occluder e Lifetech CeraTM tipo II também foram empregadas. Duas próteses embolizaram imediatamente após o implante e foram retiradas. Oclusão imediata ocorreu em 75%. Uma paciente apresentou bloqueio atrioventricular total na semana seguinte ao procedimento. Foi tratada com esteroides, obtendo a reversão para ritmo sinusal. Conclusões:
A utilização da via retrógrada mostrou-se eficaz na oclusão de todos os tipos morfológicos de CIV com próteses de duplo disco. Os autores sugerem essa técnica como alternativa para a oclusão percutânea das CIVs de qualquer morfologia.
BACKGROUND:
Transcatheter occlusion of ventricular septal defects (VSDs) was developed as an alternative to surgical treatment in the 80's. During anterograde device implantation, the formation of an arteriovenous loop with a guide-wire is technically difficult and time consuming. The aim of this study is to present the authors' experience with the retrograde approach and demonstrate its feasibility in different types of VSD. METHODS:
Patients with VSD with no other associated defects were included in the study. Cases were selected by transthoracic echocardiograms. RESULTS:
A total of eight patients were submitted to the procedure, 4 with muscular VSD and 4 with perimembranous VSD. Half of them were male, with ages ranging from 7 to 32 years (18.6 ± 7.8 years) and weight ranging from 30 to 97 kg (66.12 ± 24.7 kg). The defect diameter ranged from 2 to 8.6 mm (5 ± 2.4 mm). Implantation was possible in all patients and the most commonly used device was Lifetech CeraTM Type I. AmplatzerTM Muscular VSD Occluder, and Lifetech CeraTM Type II devices were also used. Two devices embolized immediately after implantation and were snared out. There was immediate occlusion in 75% of the cases. One patient had a complete atrioventricular block in the week following the procedure. The patient was treated with steroids, and was reverted to normal sinus rhythm. CONCLUSIONS:
Retrograde transcatheter VSD occlusion with double disk devices proved to be effective in different types of VSD. The authors suggest this technique as an alternative to percutaneous occlusion of all types of VSD.