Artéria radial na ampliaçäo do uso de enxertos arteriais para revascularizaçäo do miocárdio: consideraçöes anatômicas e tática cirúrgica
Radial artery for wider utilization of arterial grafts for myocardial revascularization: anatomic considerations and surgical technique

Rev. bras. cir. cardiovasc; 11 (2), 1996
Publication year: 1996

A artéria radial (AR) foi estudada sob o ponto de vista anatômico, histológico, imunohistoquímico e ultramicroscópico. Paralelamente, foram analisados os resultados de seu emprego na revascularizaçao do miocárdio de 269 pacientes. No total, 319 artérias coronárias foram revascularizadas pela AR. Houve predomínio do sexo masculino (80,7 por cento) e da raça branca (93,7 por cento). A artéria torácica interna esquerda (ATIe) foi empregada em 246 pacientes. Outros 17 já haviam sido previamente revascularizados com a ATIe, perfazendo um total de 97,8 por cento. A artéria torácica interna direita (ATId) foi empregada em 59 (21,9 por cento) pacientes, a artéria gastroepiplóica direita (AGEd) em 17 (6,3 por cento) pacientes e em 161 (59,8 por cento) foram também realizadas l a 4 pontes de veia safena. A média de enxertos por paciente foi de 3,4. Nao houve complicaçoes isquêmicas ou infecciosas no membro em que a AR foi retirada. Os estudos imuno-histoquímicos e ultramicroscópicos permitiram observar o grande espessamente da membrana limitante elástica interna da AR e o predomínio de fibras colágenas sobre as elásticas na camada média. As principais complicaçoes pós-operatórias foram a fibrilaçao atrial em 21 (7,8 por cento) pacientes, insuficiência respiratória em 21 (7,8 por cento), alteraçoes no ECG e/ou elevaçao de CKMB em 12 (4,5 por cento) pacientes. O balao intra-aórtico foi utilizado em 6 (2,2 por cento) pacientes. O cateterismo no pós-operatório precoce foi realizado em 21 pacientes. Em l paciente houve dissecçao sem oclusao do óstio da AR pelo cateter, l (4,7 por cento) apresentou sinais de espasmo da AR; nos demais a AR encontrava-se pérvia e sem lesoes. Houve 6 (2,2 por cento) óbitos hospitalares, sendo 3 por acidente vascular cerebral, 2 por baixo débito cardíaco e l paciente teve morte súbita. Nos últimos meses temos visado à revascularizaçao miocárdica com o emprego máximo de enxertos arteriais. Como tática especial usamos a AR para anastomoses seqüenciais com as artérias de parede inferior e lateral do ventrículo esquerdo. A anastomose do coto proximal é realizada na ATIe que, por sua vez, é habitualmente anastomosada ao ramo interventricular anterior (RIA). As artérias AGEd e ATId in situ ou, como enxerto livre, têm complementado o procedimento. Dentre 64 pacientes operados nos últimos 3 meses com a utilizaçao da AR, 62 (96,9 por cento) receberam pelo menos 2 enxertos arteriais, 27 (42,2 por cento) receberam pelo menos 3 enxertos arteriais e 8 (l2,5 por cento) pacientes receberam 4 ou 5 enxertos arteriais. Em 29 (45,3 por cento) deles a AR foi anastomosada à ATIe ou ATId. Acreditamos que essa técnica reduza a excessiva pressao conseqüente à anastomose direta da AR na aorta e que o maior fluxo decorrente das anastomoses seqüenciais auxilie na manutençao da perviabilidade da AR...

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