Emprego da nimodipina (oxigen) como protetor cerebral na cirurgia de revascularizaçäo do miocárdio com circulaçäo extracorpórea em pacientes idosos
Use of nimodipin (oxigen) as a cerebral protector in myocardial revascularization surgery with extracorporeal circulation in elderly patients

Rev. bras. cir. cardiovasc; 11 (4), 1996
Publication year: 1996

Aproximadamente 5 por cento dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com auxilio da circulaçao extracorpórea apresentaram problemas neurológicos. Avaliando funçoes neuropsíquicas, as alteraçoes atingem de 5O por cento a 7O por cento dos casos. Os idosos sao mais vulneráveis; nestes, a freqüência de acidente vascular cerebral (AVC) aproxima-se dos 9 por cento. Considerando que a populaçao envelhece a um ritmo acelerado e que o coronariopata freqüentemente passa dos 65 anos de idade, é fundamental pesquisar meios profiláticos para diminuir esta incidência. Este é um estudo piloto, duplo cego, randomizado e controlado com 64 pacientes, 30 no grupo nimodipina e 34 no Grupo placebo. As variáveis demográficas e diagnósticas pré-operatórias foram homogêneas, com exceçao da incidência de isquemia cerebral transitória. O Grupo nimodipina, mesmo com programaçao cirúrgica e evoluçao intra e pós-operatória mais complicadas, apresentou menor número de casos neurológicos. No Grupo nimodipina foram constatados 3 casos de confusao mental e, no Grupo placebo, além de 3 casos de confusao mental, foram diagnosticados mais 2 casos de sonolência e 1 AVC isquêmico com seqüela. No total, foram 3 (lO por cento) casos em 30 pacientes no Grupo nimodipina, e 6 (l7,64 por cento) em 34 pacientes no Grupo placebo, caracterizando uma reduçao de 76,4 por cento. LEGAULT et al. relatam uma elevada mortalidade de pacientes em uso de nimodipina, quando operados para troca valvar, causada, principalmente, por hemorragia. Nós nao encontramos esta correlaçao. A mortalidade hospitalar é similar em ambos os grupos (l paciente em cada) e o sangramento nao é estatisticamente diferente (l caso de hemorragia importante no Grupo nimodipina). No seguimento até 41 meses, a mortalidade no Grupo placebo foi maior (4 pacientes) que no Grupo nimodipina (l paciente).

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