Cirurgia na endocardite infecciosa
Surgery in infectious endocarditis
Rev. bras. cir. cardiovasc; 12 (1), 1997
Publication year: 1997
A endocardite infecciosa continua com alta mortalidade, apesar de sofisticados meios diagnósticos e terapêuticos. Mesmo com o uso de novos antibióticos, a sua evoluçäo continua muitas vezes desfavorável, levando o paciente ao óbito ou a lesöes incapacitantes. A operaçäo deve ser realizada precocemente para evitar a alta mortalidade com o tratamento clínico isolado. Este estudo avalia o tratamento cirúrgico de pacientes com endocardite infecciosa e complicaçöes de alto risco. Foram realizadas 63 operaçöes cardíacas para tratar as complicaçöes em pacientes com endocardite infecciosa, no HSE-RJ, entre maio de 1982 a outubro de 1995. Trinta e dois (62,3 por cento) pacientes apresentavam doença cardíaca prévia ou prótese valvar. A doença reumática foi encontrada em 24 (38,1 por cento) pacientes. Febre, sopros e insuficiência cardíaca estavam presentes em 100 por cento dos casos. A ecocardiografia revelou a presença de vegetaçöes ou destruiçäo valvar em todos os casos. A cultura das valvas e a hemocultura foram positivas em 10 (15,6 por cento) e 29 (38,1 por cento) casos, respectivamente. O critério para o tratamento cirúrgico foi a insuficiência cardíaca intratável em 57 (90,5 por cento) casos, embolia sistêmica em 29 (46,0 por cento) pacientes e infecçäo persistente em 24 (38,1 por cento) casos. Foram implantadas 51 prótese mecânicas e 22 biopróteses. A valvulectomia tricúspide foi realizada em 4 pacientes. A mortalidade cirúrgica foi de 17,5 por cento e todos os pacientes sobreviventes permaneceram em classe funcional I ou II, sem infecçäo.