Perfusäo cerebral retrógrada é método eficaz de proteçäo cerebral?: resultados imediatos de estudo consecutivo e randomizado
Is retrograde cerebral perfusion an effective method for cerebral protection?: immediate results of a consecutive and randomized study

Rev. bras. cir. cardiovasc; 14 (1), 1999
Publication year: 1999

Foram estudados 30 pacientes com diagnóstico de aneurisma ou dissecçäo de aorta tratados cirurgicamente.

O método utilizado consistiu:

uso de hipotermia profunda, parada circulatória total, infusäo de 0,20 mg/Kg de peso de dexametasona intravenosa e 10 mg/Kg/peso de thiopental, colocaçäo dos pacientes em Trendelemburg a 45 graus durante o período de parada respiratória. Os 30 pacientes foram operados consecutivamente e randomizados em 2 grupos. Grupo I constituído de 15 pacientes, nos quais foi utilizada a perfusäo cerebral retrógrada (PCR) através da veia cava superior e Grupo II também com 15 pacientes nos quais näo foi utilizada PCR. Onze (36,7 por cento) pacientes tinham aneurisma da aorta ascendente e arco aórtico, 7 (23,3 por cento) tinham dissecçäo aguda da aorta do tipo I, 6 (20 por cento) com dissecçäo crônica da aorta ascendente e os 6 (20 por cento) restantes outros diagnósticos näo agrupáveis.

Foi realizada análise das seguintes variáveis independentes para mortalidade:

idade, sexo, tempo de circulaçäo extracorpórea, tempo de parada circulatória, diagnóstico, complicaçöes prévias, comparando os dois grupos. A mortalidade imediata do Grupo I foi de 4/15 (insuficiência respiratória) 26,6 por cento e no Grupo II 3/15 (coma) 20,0 por cento - p =1,00. A incidência de complicaçöes neurológicas no Grupo I foi 3/15 (20,0 por cento) e no Grupo II, 2/15 (13,3 por cento) p = 1,000. A análise estatística utilizando o teste exato de Fisher näo demonstrou diferença entre os dois grupos com relaçäo à mortalidade imediata e complicaçöes neurológicas.

As causas de óbito foram:

insuficiência respiratória em 4 pacientes, alteraçäo neurológica, hiperpotassemia e infarto do miocárdio, respectivamente nos 3 últimos. No presente trabalho, concluímos que a associaçäo de PCR näo oferece proteçäo cerebral mais eficaz que a parada circulatória total associada à hipotermia profunda, para o tempo de isquemia utilizado.

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