Cirurgia de revascularizaçäo do miocárdio com enxertos compostos
Myocardial revascularization using composite grafts

Rev. bras. cir. cardiovasc; 14 (1), 1999
Publication year: 1999

Existem evidências das vantagens e influência na sobrevida dos pacientes revascularizados com a artéria torácica interna (ATI). Entretanto, outros enxertos foram introduzidos. O objetivo do presente estudo é mostrar as vantagens da revascularizaçäo completa do miocárdio com enxertos arteriais compostos e análise dos resultados a curto e médio prazos. Entre junho de 1992 e dezembro de 1997, 50 pacientes foram submetidos à cirurgia de revascularizaçäo completa do miocárdio com enxertos arteriais compostos. A idade variou de 41 a 88 anos, com média de 56 anos. Todos os pacientes foram avaliados segundo o protocolo de exames clínicos, ECG, raios X de tórax, ecocardiograma e cateterismo cardíaco.

Apresentaram fatores de risco para doença arterial coronária:

HAS em 28 por cento diabete melito em 2 por cento, tabagismo em 38 por cento e dislipidemia em 50 por cento. Neste grupo 44 por cento tinham IAM prévio e 20 por cento angina instável. Todos foram classificados segundo o grau de angina da Canadian Cardiology Society (CCS) e classe funcional segundo a New York Heart Association (NYHA). As lesöes coronárias eram triarteriais em 46 por cento, biarteriais em 38 por cento, uniarteriais em 16 por cento e lesäo de tronco de coronária esquerda em 16 por cento. Em 80 por cento dos pacientes foi utilizada a circulaçäo extracorpórea (CEC), hipotermia moderada e proteçäo intermitente do miocárdio. Em média foram 2,9 pontes por paciente. Em todos os casos a ATI foi utilizada com prolongamento de veia safena, em 6 por cento veia safena em "Y", em 24 por cento artéria radial em "Y" em 40 por cento, e em 80 por cento dos casos com "Y" da própria ATI. O acompanhamento pós-operatório incluiu exame clínico, prova de esforço e/ou cintilografia miocárdica. Em 14 por cento foi realizada a coronariografia. As complicaçöes mais freqüentes no pós-operatório foram atelectasia pulmonar em 16 por cento, mediastinite em 4 por cento, IAM transoperatório em 4 por cento, SARA 4 por cento, AVCI 2 por cento, sendo a morbidade maior no grupo de pacientes do sexo feminino e com diabete melito. A mortalidade hospitalar foi de 2 por cento. Apenas um paciente apresenta quadro de angina grau II da CCS. Podemos concluir com este estudo que a cirurgia de revascularizaçäo do miocárdio com o uso de enxertos compostos pode ser realizada com baixa mortalidade, permite maior número de anastomoses e proporciona excelente evoluçäo pós-operatória a curto e médio prazos.

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