Prótese valvar aórtica sem suporte: o que aprendemos
Stentless aortic valve: what we have learnt

Rev. bras. cir. cardiovasc; 16 (2), 2001
Publication year: 2001

Objetivo:

Analisar o estado atual e a justificativa para o uso continuado das próteses aórticas sem suporte, dando enfoque aos resultados clínicos com a prótese porcina composta CryoLife-O'Brien™ (CLOB).

Casuística e Métodos:

Entre dezembro de 1992 e fevereiro de 2000, 307 pacientes foram submetidos à troca da valva aórtica por uma prótese CLOB. A idade média dos pacientes era de 73 anos (59-89 anos), sendo 16 por cento acima de 80 anos. Todos os pacientes foram analisados clínica e ecocardiograficamente no pós-operatório com 6 dias, 6 meses, 12 meses e anualmente.

Resultados:

A mortalidade hospitalar foi 1,3 por cento (4 casos näo relacionados à troca valvar). A mortalidade tardia foi 9,2 por cento (28 pacientes); dos quais somente 2 (endocardite tardia) eram prótese-relacionados.

Morbidade incluiu:

2 (0,6 por cento) casos de acidente vascular cerebral perioperatório, 6 (1,9 por cento) "leaks" perivalvares, 6 (1,9 por cento) endocardites e 1 (0,3 por cento) deterioraçäo estrutural. Reoperaçäo foi necessária em 6 (1,9 por cento) pacientes: 3 por endocardite, 2 por "leak" perivalvar e 1 por deterioraçäo estrutural. Os ecocardiogramas seriados demonstraram um gradiente médio de 7mmHg, com uma baixa incidência de incompetência trivial pelo doppler, e regressäo significativa da hipertrofia ventricular esquerda (p=0,05).

Conclusäo:

As próteses sem suporte têm apresentado excelentes resultados a curto e médio prazos. Entretanto, vigilância rigorosa é necessária para determinar a durabilidade aos 10-12 anos, período em que as valvas porcinas com suporte começam a demonstrar deterioraçäo estrutural

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