Reconstruçäo da artéria pulmonar na operaçäo de Jatene
Reconstruction of the pulmonary artery in Jatene's operation

Rev. bras. cir. cardiovasc; 16 (3), 2001
Publication year: 2001

FUNDAMENTOS:

A operaçäo de Jatene é a técnica de escolha para correçäo da transposiçäo das grandes artérias (TGA). A estenose da via de saída do ventrículo direto é a principal complicaçäo encontrada no pós-operatório destas crianças.

OBJETIVOS:

Avaliar os resultados obtidos em uma série de pacientes portadores de TGA submetidos a operaçäo de Jatene, nos quais a reconstruçäo da artéria pulmonar (AP) foi realizada com dois remendos de pericárdio autólogo, procurando-se preservar ao máximo a parede aórtica nativa.

CASUíSTICA E MÉTODOS:

No período de Janeiro de 1998 a Fevereiro de 2000, foram operadas consecutivamente 52 crianças portadoras de TGA (38 TGA simples/14 TGA + CIV) pela técnica de Jatene, com idade variando de 3 dias a 17 meses (m=30,3 dias). Houve predomínio do sexo masculino (n=30 ou 57,7 por cento) e peso variou de 2,400 kg a 7,400 kg (m=3,377 kg). Todos os pacientes foram operados com CEC em hipotermia moderada, normofluxo e com dose única de cardioplegia sangüínea para proteçäo miocárdica. O tempo médio de CEC foi de 110,6 min e o tempo médio de pinçamento aórtico de 72,5 min. A transferência coronária foi realizada em "botäo", retirando-se o mínimo possível de parede aórtica nativa. A reconstruçäo foi realizada com dois remendos de pericárdio autólogo, ampliando-se a neo-artéria pulmonar. A avaliaçäo da técnica foi feita através de estudo ecocardiográfico em 20 crianças com seguimento pós-operatório superior a 5 meses(m=12,7 meses).

RESULTADOS:

Houve 3 (5,8 por cento) óbitos hospitalares, sendo 2 causados por infecçäo pulmonar (16º e 29º DPO) e 1 por obstruçäo do tubo endotraqueal (8º DPO). Em todos os casos a técnica foi efetiva para ampliaçäo da neopulmonar, mesmo nos casos de TGA + CIV com importante desproporçäo dos vasos. O estudo ecocardiográfico pós-operatório apresentou evidências de estenose pulmonar supravalvar em apenas 1 (5 por cento) criança e evidência de crescimento uniforme da AP em todas as outras.

CONCLUSÄO:

A técnica de reconstruçäo da AP, preservando-se ao máximo a parede aórtica nativa foi capaz de igualar as artérias mesmo na presença de desproporçäo significativa, além de propiciar resultados hemodinâmicos satisfatórios em período de até 2 anos de evoluçäo pós-operatória

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