Rev. bras. cir. cardiovasc; 19 (2), 2004
Publication year: 2004
OBJETIVO:
Avaliar a evolução dos pacientes portadores de regurgitação valvar mitral menores de 15 anos submetidos à operação reconstrutora da valva mitral. MÉTODO:
Cento e dezessete pacientes com idade inferior a 15 anos, submetidos à plastia valvar mitral, no período de maio de 1980 a novembro de 2001. A idade variou de 1 a 15 anos, com média de 10 anos. Setenta e quatro pacientes (63,2 por cento) eram do sexo feminino. A etiologia mais freqüente foi a doença reumática (81,2 por cento). Oitenta e sete pacientes (63,2 por cento) apresentavam regurgitação mitral e 30 (25,6 por cento) estenose associada. Outras doenças estiveram presentes em 28 pacientes (23,9 por cento), sendo a doença da valva aórtica a mais comum (13,7 por cento). Diversas técnicas foram aplicadas na reconstrução valvar, como o encurtamento e/ou alongamento de cordas tendíneas, comissurotomia e papilarotomia. O anel valvar mitral foi remodelado em todos os pacientes. RESULTADOS:
A evolução tardia mostrou 96,6 por cento dos pacientes vivos e 88.9 por cento com sua própria valva. Quinze pacientes (12,8 por cento) foram reoperados. O anel mitral foi remodelado na totalidade dos pacientes, sendo utilizado o anel de Gregori-Braile em 69 (58,9 por cento) e o de Carpentier em 35 (29,9 por cento). As técnicas mais freqüentes foram o encurtamento de cordas em 66 pacientes (56,4 por cento), e a comissurotomia e/ou papilotomia em 30 pacientes (25,6 por cento). Houve um óbito hospitalar (0,9 por cento) e três (2,6 por cento) óbitos tardios. CONCLUSÃO:
A operação reconstrutora na regurgitação valvar mitral foi factível, apresentando resultados que orientam para sua aplicabilidade neste grupo de pacientes menores de 15 anos.