Comparação entre o pericárdio bovino decelularizado e o pericárdio bovino convencional utilizado na confecção de biopróteses valvares cardíacas
Comparison between the decellularized bovine pericardium and the conventional bovine pericardium used in the manufacture of cardiac bioprostheses

Rev. bras. cir. cardiovasc; 20 (1), 2005
Publication year: 2005

Objetivo:

Neste estudo, tivemos como objetivo comparar a resistência mecânica do pericárdio decelularizado com o pericárdio convencional, assim como avaliar sua capacidade de induzir resposta inflamatória em modelo experimental com ratos.

Método:

Dividimos os pericárdios em: GrupoI - pericárdio submetido a tratamento convencional. Após o processamento químico, as amostras do GrupoII foram histologicamente avaliadas para confirmar a eficácia da decelularização. A seguir, apenas para análise da resistência mecânica por testes de tração e de desnaturação térmica, os pericárdios foram divididos em: grupo 1 (pericárdio convencional com critérios de aprovação), grupo 2(pericárdio convencional com critérios de reprovação) e grupo 3(pericárdio decelularizado). A capacidade de induzir resposta inflamatória foi avaliada em estudo experimental em 50 ratos Wistar, os quais foram submetidos a implante subcutâneo d fragmentos dos pericárdios. Nossa terceira etapa de avaliação consistiu em confeccionar três biopróteses com o pericárdio decelularizado e que foram submetidas à avaliação hidrodinâmica, juntamente com uma bioprótese convencional de teste.

Resultados:

A análise histológica inicial demostrou decelularização completa. A resistência mecânica mostrou diferença significativa com relação às variáveis "tensão de ruptura" e "índice de tenacidade". Não encontramos diferença quanto a atividade inflamatória em modelo experimental com ratos. O desempenho hidrodinâmico foi semelhante e todas biopróteses atingiram a marca de 150 milhões de ciclos. A avaliação histológica ao fim da ciclagem mostrou padrão microscópico habitual, não havendo ruptura ou fragmentação anormal induzida por estresse mecânico.

Conclusão:

A decelularização mantém a resistência física do pericárdio, além de não induzir resposta inflamatória diferente daquela habitualmente encontrada no pericárdio convencional

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