O espectro da reoperaçäo em cirurgia de coronária
The spectrum of reoperation in coronary surgery
Rev. bras. cir. cardiovasc; 4 (1), 1989
Publication year: 1989
O presente trabalho tem por finalidade analisar os resultados cirúrgicos obtidos nos primeiros 30 dias de pós-operatório de um grupo de 204 pacientes submetidos a reintervençao coronária no Hospital do Coraçao, entre janeiro de 1985 e setembro de 1988. O intervalo ocorrido entre a primeira e a segunda operaçao oscilou entre 1 mês e 16,5 anos (média (7,3 + 3,7), sendo que, na maioria 120/58,8 por cento) dos casos, a indicaçao cirúrgica ocorreu em virtude de se constatar a progressao da doença aterosclerótica envolvendo os enxertos e a circulaçao nativa, enquanto que, em 71 (34,8 por cento) pacientes, observou-se apenas o comprometimento dos enxertos e, finalmente, em 13 (6,4 por cento) pacientes somente a circulaçao nativa apresentava lesoes ateroscleróticas obstrutivas. Cumpre salientar que um pequeno grupo (9/4,4 por cento) deste total de 204 casos sofreu uma terceira intervençao, assim como em 20 (9,8 por cento) pacientes realizaou-se, concomitantemente, correçao cirúrugica de lesoes associadas, além da nova revascularizaçao micocárdica. O perfil clínico desta série mostrou haver predomínio dos homens (180/88 por cento) e da faixa etária entre 50 e 64 anos, que englobou pouco menos que 2/3 dos casos. A hipertensao (38 por cento) e a dislipemia (26,5 por cento) foram os fatores de risco mais presentes. A angina ocorreu em todos os casos, sendo a forma crônica instabilizada a mais freqüente (99/48 por cento). História de infarto do miocárdio ocorreu em 132 (65 por cento) pacientes, sendo a grande maioria (122/60 por cento) com evoluçao acima de 2 meses e 10 (5 por cento) com evoluçao recente. A angioplastia tranluminal foi tentada, com sucesso, em 8 (3,9 por cento) pacientes. As principais diretrizes da técnica cirúrgica cosistiram na heparinizaçao (TCA) entre 200 e 300 seg.) logo no início do procedimento, naqueles pacientes que apresentavam lesoes obstrutivas em pontes pérvias, isolamento do coraçao e vasos da base e das aderências pericárdicas, canulaçao de ambas as cavas, períodos intermitentes de anóxia miocárdica em hipotermia sistêmica moderada, utilizaçao, sempre que possível, de uma ou ambas as mamárias, preponderantemente nos pacientes com idade inferior a 65 anos e tentar a revascularizaçao completa. Foram realizados 547 enxertos coronários (2,7/pacientes), dos quais 311 (56,8 por cento) foram substituiçoes das pontes comprometidas e 236 (42,1 por cento) foram novos enxertos para artérias previamente nao tratadas. A anastomose mamária-coronária foi empregada em 125 (61 por cento) pacientes, em configuraçao unilateral 102 (50 por cento) e bilateral 23 (11 por cento). Pequeno número de casos (20/9,8 por cento) sofreu procedimentos associados, na maioria aneurismectomia do ventrículo esquerdo (VE). Expressiva maioria desta série (127/62,5 por cento) evoluiu rotineiramente; contudo, 58 (28,4 por cento)...