Revascularizaçäo direta do miocárdio com as duas artérias mamárias internas: análise de 442 casos
Direct myocardial revascularization with two internal mammary arteries: analysis of 442 cases

Rev. bras. cir. cardiovasc; 5 (2), 1990
Publication year: 1990

No período de julho de 1984 a novembro de 1989, foram submetidos a revascularizaçao direta do miocárdio 4958 pacientes. Em 54 por cento foi empregada pelo menos uma artéria mamária interna (AMI) e em 442 (8,91 por cento) pacientes as duas artérias mamárias interna direita (AMID) e interna esquerda (AMIE), associadas ou nao a outros tipos de enxertos. A idade variou de 30 a 78 anos (média de 52,7 anos) e 399 pacientes eram do sexo masculino.

Os pacientes que receberam as duas AMIs foram classificados em 4 grupos:

Grupo 1: AMIE para descendente anterior (DA) e AMID para diagonal (Di); diagonalis (DI), circunflexa (Cx) ou seus ramos marginais em posiçao retro-aórtica 232 (52,4 por cento) pacientes; Grupo 2: AMIE para DA e MID para coronária direita (CD) ou seus ramos 135 (30,5 por cento) pacientes; Grupo 3: AMIE para ramos da Cx e AMID para DA (enxerto livre) ou seus ramos 48 (lO,8 por cento) pacientes; Grupo 4: outras associaçoes 27 (6 por cento) pacientes. Em todos os grupos, as revascularizaçoes foram ou nao complementadas com pontes de veia safena, artéria epigástrica inferior, artéria gastro-epiplóica e condutos sintéticos (como Gorotex). A média de ramos coronarianos revascularizados foi de 3,17 pontes por pacientes.

As principais complicaçoes imediatas observadas foram:

insuficiência respiratória 37 (8,3 por cento) pacientes, baixo débito 23 (5,2 por cento) pacientes; infarto do miocárdio 16 (3,6 por cento); deiscência e infecçao de esterno 15 (3,6 por cento). A mortalidade imediata global foi de 4,97 por cento (22 pacientes) e as principais causas de óbito foram: falência de multiplos órgaos em 7 pacientes, insuficiência miocárdica em 6 (27,3 por cento). Observou-se maior índice de mortalidade em pacientes com idade superior a 60 anos e com severa disfunçao ventricular. A melhor associaçao enxerto/coronária foi obtida quando da anastomose da AMIE com a DA (patência de 93,8 por cento). O emprego de duas mamárias vem sendo incrementado no Serviço, bem como o uso de outros enxertos arteriais, especialmente a artéria epigástrica em funçao dos aceitáveis índices de morbi-mortalidade.

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