Uso de bomba centrífuga no pós-operatório de cirurgia cardíaca
Use of centrifugal pump in the postoperative period of cardiac surgery
Rev. bras. cir. cardiovasc; 7 (4), 1992
Publication year: 1992
Nos casos de choque cardiogênico após cirurgia cardíaca com auxílio da circulaçao extra corpórea refratários às drogas e ao balao intra-aórtico, as bombas centrífugas têm sido a primeira opçao em vários Serviços. Esse fato deve-se à facilidade de manuseio, de instalaçao, custo razoável, grande disponibilidade, e alto grau de eficiência. O objetivo deste trabalho é o relato da experiência do Instituto do Coraçao com 8 pacientes submetidos a essa terapêutica, no período de maio de 1990 a dezembro de 1991. Nesses 8 doentes foi utilizado previamente balao intra-aórtico e feito uso maciço de drogas vasoativas. A idade variou de 54 a 66 anos. Três foram submetidos a revascularizaçao do miocárdio, 2 a correçao de aneurisma de ventrículo esquerdo, 2 atroca de valva mitral e l atransplante cardíaco. Em 7 a assistência foi de ventrículo esquerdo e em l de direito. A duraçao da assistência variou de 18 a 126 horas. Ocorreram três óbitos em assistência, sendo que dois eram pacientes em "ponte" para transplante que nao obtiveram doador, e um morreu por complicaçoes de sangramento e insuficiência renal aguda. Dos 5 (62,5 por cento) pacientes retirados da assistência, 2 faleceram tardiamente sendo l com pulmao de choque e 1 com complicaçao neurológica e insuficiência renal. Quando comparamos a evoluçao clínica com o pico de CKMB, verificamos que os 3 pacientes com pico maior que 80 faleceram, 2 em assistência e l tardiamente. Dos 5 doentes com pico de CKMB menor que 80, 4 foram retirados de assistência, com 3 sobreviventes tardios, e o único que morreu em assistência foi por problemas de sangramento. Os 3 (35 por cento) pacientes sobreviventes estao no 5(, 9( e 19( meses de seguimento, 2 em classe funcional II e 1 em classe II. A utilizaçao precoce, antes de complicaçoes irreversíveis, da assistência circulatória, deverá permitir resultados progressivamente melhores, nesse grupo de pacientes de alto risco.