Revascularizaçäo do miocárdio sem circulaçäo extracorpórea: resultados imediatos
Myocardial revascularization without extracorporeal circulation: early results

Rev. bras. cir. cardiovasc; 8 (3), 1993
Publication year: 1993

A cirurgia de revascularizaçäo do miocárdio sem uso de circulaçäo extracorpórea (CEC) foi realizada por TRAPP & BISARYA, na década de 70. Coube, entretanto, a BUFFOLO et allii, em nosso meio, e a BENETTI et alii na Argentina, o seu uso sistemático, a sua padronizaçäo e recomendaçäo, como uma alternativa válida e segura. Com o objetivo de avaliar a reprodutibilidade da técnica, morbidade e mortalidade, as dificuldades técnicas e as possibilidades de incorporá-las à rotina, os autores apresentam os resultados obtidos em 182 pacientes submetidos a revascularizaçäo do miocárdio com pontes de veia safena e/ou torácica interna, sem a utilizaçäo do sistema de circulaçäo extracorpórea. Foram operados por esta técnica 182 pacientes; 128/182 (70,3 por cento) do sexo masculino e 54/128 (29,7 por cento ) do feminino, cujas idades variaram de 40 a 79 anos (m=58,8 anos), com lesöes das artérias coronárias: interventricular anterior (IA), direita (CD), diagonal (DI) e a marginal (MG).

Foram revascularizadas 277 artérias:

a IA 159/277 (57,4 por cento), a CD 62/277 (22,4 por cento), a DI 44,277 (15,9 por cento) e a MG 12/277 (4,3 por cento). O tempo de isquemia variou de 5 a 33 minutos, com média de 14 minutos.

Como complicaçöes na série estudada foram observadas:

espasmo coronário em 6/182 (3,3 por cento), infarto agudo do miocárdio em 3/182 (1,6 por cento), sangramento em 2/182 (1,1 por cento), embolia pulmonar en 2/182 (1,1 por cento) e mediastinite em 1/182 (0,6 por cento). Cinco/182 (2,7 por cento) pacientes foram a óbito no período de pós-operatório imediato, sem relaçäo com a técnica utilizada. Os autores concluem que a técnica pode ser realizada em casos selecionados, com segurança e bons resultados pela maioria dos cirurgiöes. A técnica reduz os custos da operaçäo e, em alguns subgrupos (idosos, portadores de doenças sistêmicas), pode ser a melhor alternativa.

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