Rotura cardíaca após infarto agudo do miocárdio (IAM): uma complicaçäo passível de correçäo cirúrgica?
Cardiac rupture after acute myocardial infarction (AMI): may it have a surgical repair?

Rev. bras. cir. cardiovasc; 8 (4), 1993
Publication year: 1993

Foram estudados 9162 pacientes atendidos no INCOR, com o diagnóstico de IAM, de janeiro de 1983 a dezembro de 1993. Deste, 1,05 por cento apresentaram rotura cardíaca de origem isquêmica como complicaçäo do infarto miocárdico. A faixa etária foi de 69,5 anos, predominando os pacientes de raça branca (93,74 por cento)e do sexo feminino (55,3 por cento). Os dados estudados incluíram história clínica, exames laboratoriais subsidiários, drogas utilizadas e achados cirúrgicos ou de necropsia. As roturas cardíacas foram classificadas, de acordo com a literatura, em agudas e sub-agudas. Observamos 72 casos de rotura miocárdica aguda com taxa de mortalidade de 98,6 por cento e 24 casos de rotura sub-aguda com 41,6 por cento de óbitos.Foram operados 4 pacientes na forma aguda e 15 na forma sub-aguda, resultando em 78,9 por cento de sobrevida pós-operatória. Dos pacientes que receberam terapia trombolítica com sucesso, 76,4 por cento faleceram, enquanto que, dos pacientes tratados convenciomalmente, esse número chegou a 86,1 por cento . Quando a terapia trombolítica foi administrada até 1 hora após o IAM, a mortalidade foi de 33,3 por cento dentre 3 e 6 horas foi de 60 por cento e após 6 horas foi de 100 por cento. A rotura ocorreu após 5 dias do IAM somente em 5,9 por cento que receberam trombolíticos, enquanto que nos pacientes submetidos à terapêutica convencional esse índice elevou-se para 40,5 por cento. Concluímos pela gravidade e necessidade de atuaçäo imediata nos pacientes com rotura cardíaca, mesmo nos casos sub-agudos, quando 30 por cento dos pacientes com suspeita ecocardiográfica de expansäo em área isquêmica transmural falecem. Nas roturas agudas, a situaçäo agudas, a situaçäo é dramática, e a sobrevida está associada a fatores logísticos. Em condiçöes sub-agudas, entretando, pode-se dispor de técnicas que dispensam suturas e circulaçäo extracorpórea, constituindo um importante recursos para o tratamento dessa grave complicaçäo do IAM.

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