Tratamento do canal arterial persistente em neonatos prematuros: análise de 18 casos
Treatment of patent ductus arteriosus in neonate premature: analysis of 18 cases

Rev. bras. cir. cardiovasc; 8 (4), 1993
Publication year: 1993

A presente investigaçäo tem o propósito de analisar, retrospectivamente, os resultados obtidos em 18 pacientes neonatos prematuros, submetidos a operaçäo para oclusäo da PCA, no período entre julho de 1990 e dezembro de 1993 (42 meses), sendo 12 (66,6 por cento) pacientes do sexo feminino, com idade que variou entre 10 e 44 (20,8 mais ou menos 8,3)dias, idade gestacional entre 26 e 28 (27,1 mais ou menos 0,9) semanas. No dia da operaçäo o peso dos pacientes esteve compreendido entre 700 e 1380 (985,8 mais ou menos 181,6) gramas. A insuficiência respiratória ocorreu em todos os pacientes, sendo a principal indicaçäo cirúrgica, estando em 6 (33,3 por cento) pacientes associada à insuficiência cardíaca congestiva. A indometacina endovenosa foi utilizada no período pré-operatório em 9 (50 por cento) pacientes na tentativa de se obter o fechamento farmacológico, sem sucesso, do canal arterial e apesar de näo influenciar nos resultados pós-operatórios, apresentou como principal efeito secundário a reduçäo significativa da diurese (p,0,001), que se normalizou após quatro dias do uso da droga. A técnica operatória empregada fo a toracotomia póstero-lateral esquerda trans-pleural com fixaçäo de três ou quatro clipes metálicos para oclusäo do canal arterial. O exame ecocardiográfico pré-operatório, realizado em 15 (83,2 por cento) pacientes, mostrou que a relaçäo entre o diâmetro do átrio esquerdo/aorta estava aumentada com quatro meses após a operaçä, evidenciando tendência de normalizaçäo da funçäo cardíaca. Um (5,5 por cento) paciente apresentou reabertura do canal arterial no pós-operatório imediato, sendo submetido à reoperaçäo para ligadura do canal. Näo foi observada diferença significativa no tempo necessário de intubaçäo orotraqueal (IOT) (p=0.586) bem como do tempo de permanência com fraçäo inspiratória de oxigênio (FIO2), <40 por cento e >40 por cento,60 por cento no período pré e pós-operatório (p=0,841 e p=0,692, respectivamente), mas com reduçäo significativa do tempo de permanência com FIO2,60 por cento p=0,033). O período de internaçäo hospitalar variou de 43 a 157(96,0 mais ou menos 24,8)dias. Näo houve mortalidade operatória, observando-se ainda baixa morbidade com este método. As causas de óbito, no período pós-operatório, näo estiveram relacionadas com o tratamento cirúrgico. Pode-se concluir que a ligadura cirúrgica da PCA, nos pacientes neonatos e prematuros, é método eficaz e seguro, podendo ser praticado com baixa morbidade e mortalidade.

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