Cardiomioplastia: novo gerador da Biotronic
Cardiomyoplasty: a new Biotronic generator

Rev. bras. cir. cardiovasc; 9 (1), 1994
Publication year: 1994

Na cardiomioplastia, a contraçao do músculo esquelético, submetido a estimulaçao elétrica sobre a parede ventricular dilatada, aumenta a funçao ventricular, que é dependente das condiçoes prévias do coraçao e da doença de base. Um dos problemas principais que interfere no sucesso da substituiçao do músculo cardíaco é a estimulaçao sincrônica do miocárdio e o músculo esquelético. A estimulaçao desse músculo a longo prazo tem sido possível graças a eletrodos especiais associados à estimulaçao progressiva seqüencial, adaptando-o à funçao cardíaca, através da transformaçao gradual de fibras glicolíticas expostas à fadiga em oxidativas lentas altamente resistentes. O gerador de pulsos "Myos" (Biotronik) tem sido utilizado em nosso Serviço para estimulaçao elétrica do músculo grande dorsal em sicronizaçao com o miocárdio. Esse tipo de cardiomioestimulador com circuito eletrônico e bateria de lítio armazena um programa de estimulaçao responsável por diferentes modos operacionais, adaptados por um programa de computaçao. Para programaçao do cardiomioestimulador, o momento da sincronizaçao do trem de pulso com a abertura da valva aórtica é de extrema importância. O modo M de alta velocidade é utilizado para avaliar este sincronismo. A avaliaçao clinica da cardiomioplastia tem como base os resultados obtidos de 32 pacientes, com idade de 22 a 72 anos (média=46,2 anos). A maioria (72 por cento) dos pacientes apresentou miocardiopatia dilata por causa indeterminada, 24 por cento de origem chagásica, 3 por cento virótica e 3 por cento por periparto. Os índices de mortalidade hospitalar e tardia foram ambos de 12,5 por cento e 3,1 por cento, respectivamente, excluindo-se os chagásicos. A sobrevida atuarial foi de 81,3 mais ou menos 0,22 por cento após 6 anos e de 94,4 mais ou menos 0,1 por cento após 5 anos, retirando-se os chagásicos. Os índices médio de diâmetros sistólico (55,1mm), diastólico (70,7 mm), encurtamento segmentar (22,8 por cento) e fraçao de ejeçao (51,0 por cento), referentes a seguimento médio de 14,2 meses, refletem que a cardiomioplastia pode ser efetiva na assistência do ventrículo esquerdo. A escolha do paciente parece ser a chave para o bom resultado operatório a curto e longo prazos.

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