Tratamento cirúrgico das valvopatias: parte 3
Surgical treatment of valvulopathies: part 3

Rev. bras. cir. cardiovasc; 9 (4), 1994
Publication year: 1994

Este trabalho, subdividido em três partes, apresentou breve histórico da cirurgia cardíaca, com ênfase a cirurgia valvar e substitutos valvulares, empregados com sucesso na década de 60, inicialmente com próteses mecânicas, seguidas pelas heterólogas após a introduçao do glutaraldeído para preservaçao dos tecidos biológicos. As indicaçoes básicas para operar lesoes valvares consistem em alívio dos sintomas, prevençao das complicaçoes e da mortalidade. Foram descritos, também, na primeira parte da publicaçao, aspectos da indicaçao cirúrgica, com ênfase em estenose e insuficiência das valvas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar, endocardite infecciosa ativa e da conduta pré-operatória, além da caracterizaçao das diferentes próteses valvulares cardíacas mecânicas e biológicas existentes no mercado e suas complicaçoes mais freqüentes. O tratamento cirúrgico das valvopatias, incluindo técnica operatória para troca de valvas mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar, condutas anestésica e pós-operatória e reoperaçoes foram abordados na segunda parte da publicaçao. O trabalho foi concluído considerando as situaçoes especiais, como tratamento cirúrgico na endocardite em valvas mitral, tricúspide e aórtica, cuja incidência é maior que na mitral e a causa mais comum de insuficiência aórtica aguda. O desenvolvimento da endocardite tem fisiopatologia diferente quando comparado às próteses e valvas naturais, com morbi-mortalidade maior que a observada nas valvas nativas. Existem fatores que aumentam o risco de endocardite em valva nativa, raça negra, próteses mecânicas, sexo masculino e longo tempo de circulaçao extracorpórea. A interaçao clínico-cirúrgica parece influenciar de forma decisiva na obtençao de melhores resultados para essa lesao. Finalmente, foi registrada a nossa experiência com próteses biológicas em posiçao mitral e aórtica com 11 e 1O anos de seguimento, respectivamente. O índice de sobrevida na troca mitral foi semelhante entre jovens e adultos (74 por cento) para mitral e 67 por cento para aórtica. As complicaçoes tardias fatais relacionadas à bioprótese na posiçao mitral foram rotura, endocardite, vazamento paravalvular, tromboembolismo e, principalmente, calcificaçao, com freqüência de 1,0 evento por cento/paciente-ano, com 95 por cento dos pacientes livres dessas complicaçoes. Na posiçao aórtica, destacaram-se tromboembolismo e, principalmente, endocardite, totalizando 1,6 eventos por cento/paciente-ano, com 92,6 por cento dos pacientes livres dessas complicaçoes. As complicaçoes tardias nao fatais apresentaram-se com freqüências de 2,9 (mitral) e 1,1 eventos por cento/paciente-ano (aórtica), com destaque para endocardite e calcificaçao para mitral e endocardite e acidente vascular cerebral para aórtica, com 55,2 por cento (mitral) e 85,7 por cento (aórtica)dos pacientes livres dessas complicaçoes. Pela alta incidência ...

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