Desenluvamentos fechados: lesão de Morel-Lavallée: [revisão]
Closed degloving injuries: Morel-Lavallée lesion: [review]

Rev. bras. cir. plást; 25 (2), 2010
Publication year: 2010

Introdução:

Os desenluvamentos fechados, também chamados de lesão de Morel-Lavallée(LML), são lesões incomuns, frequentemente associadas a traumatismos graves. Envolvem forças tangenciais capazes de separar a pele e o tecido subcutâneo da fáscia muscular subjacente.

Objetivo:

Este trabalho tem como objetivo a revisão de cinco casos de LML atendidosno Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de São Paulo.

Método:

Foram analisados, retrospectivamente, os prontuários de 40 casos de desenluvamentos de tronco e membros atendidos entre 2002 e 2008, dos quais cinco correspondiam a LML e 35 casos a desenluvamentos convencionais ou abertos.

Resultados:

A superfície corporal desenluvada média foi de 13,2 ± 1,3 %. Os membros inferiores foram locais acometidos em todos os pacientes e, em 2 casos, houve associação com lesões no tronco inferior. Em 3 dos casos, o diagnóstico não foi realizado de maneira precoce, sendo avaliados e tratados após 2 a 17 dias de internação. Em 2 pacientes, foi realizada enxertia primária e em outros 2 casos foi realizado desbridamento inicial e enxertia de pele após granulação.

Conclusões:

O tratamento de pacientes vítimas de LML requer uma abordagem multidisciplinar e respeito a princípios cirúrgicos básicos, como a correta determinação das áreas viáveis e o restabelecimento da cobertura cutânea. Observa-se que as lesões são agravadas pelos erros e atrasos nas condutas iniciais, com maior morbidade associada e maiores tempos de internação e reabilitação.

Introduction:

The closed degloving injuries, also called Morel-Lavallée lesion (MLL), are uncommon and often associated with severe trauma. They involve tangential forces able to separate the skin and subcutaneous tissue from the underlying muscle fascia.

Objective:

This article aims to describe five cases of MLL treated in the Department of Plastic Surgery, Santa Casa de São Paulo.

Methods:

Forty cases of trunk and limbs degloving injuries treated between 2002 and 2008 were retrospectively analyzed, being 35 cases of conventional or open deglovings and the remaining 5 of MLL.

Results:

The average degloved body surface was 13.2 ± 1.3%. The lower limbs were affected sites in all patients and in 2 cases were associated with lesions in the lower trunk. In 3 cases the diagnosis was not made early, being evaluated and treated after 2 to 17 days of hospitalization. In 2 patients the primary graft was used (with the skin of injured area), and in other 2 patients a initial debridement followed by skin grafting after granulation was used.

Conclusions:

The treatment of patients suffering from MLL requires a multidisciplinary approach and adherence to basic surgical principles, with accurately determination of the viable areas and the restoration of skin coverage. It is observed that the lesions are aggravated by mistakes and delays in the initial steps, associated with increased morbidity and longer hospitalization and rehabilitation times.

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