Correção das retrações palpebrais secundárias à blefaroplastia
Management of lower eyelid malposition following blepharoplasty

Rev. bras. cir. plást; 26 (2), 2011
Publication year: 2011

A retração palpebral nos seus diversos graus é uma complicação temida, mas frequentemente observada no pós-operatório da blefaroplastia inferior. Pode se apresentar desde uma discreta esclera aparente até um grave e sintomático ectrópio.

Objetivo:

Sistematizar o tratamento das retrações palpebrais secundárias à blefaroplastia nos seus diversos graus.

Métodos:

Três grupos foram divididos pela gravidade e tipo de retração palpebral, que orientaria o tratamento a ser recebido. No grupo 1, foram incluídas as retrações palpebrais confinadas ao canto lateral. Este grupo foi tratado com cantoplastia. No grupo 2, foram incluídas as alterações de canto lateral e terço medial da pálpebra causadas por deficiência da lamela média, anterior ou uma combinação entre as duas, mas que não causavam eversão da margem palpebral. Este grupo foi submetido a cantoplastia com retalho de tarso, perfuração lateral da órbita e liberação das retrações da lamela. No grupo 3, foram incluídos pacientes com evidente retração de lamela média, anterior ou uma combinação entre as duas, causando ectrópio franco. Esses pacientes foram submetidos à cantoplastia com retalho de tarso, liberação das retrações da lamela média e enxerto de mucosa de palato duro como espaçador (spacer graft).

Resultados:

A abordagem sugerida efetivamente corrigiu o mau posicionamento palpebral inferior e melhorou a sintomatologia nos três grupos propostos.

Conclusão:

O correto diagnóstico das causas da retração palpebral permite a escolha do tratamento adequado. Mais importante que o tratamento, no entanto, é a profilaxia deste tipo de complicação, que só é alcançada após entendimento amplo da anatomia periorbitária e avaliação meticulosa pré-operatória da função tarso ligamentar e outros parâmetros envolvidos.
Lower eyelid malposition is one of the most common complications following lower eyelid blepharoplasty. This may take the form of a mild scleral show with the round eye syndrome or may progress to frank ectropion in some patients.

Objective:

This study intended to systematically approach inferior lid malposition based on the severity and ethiopatogeny of each case.

Methods:

Inferior lid retraction was divided in 3 groups based on severity and ethiopatogeny that would guide the treatment. Group 1 had inferior displacement of the lid only on the canthal/ lateral aspect. Canthoplasty was performed in this group; Group 2 included retraction confined to the medial and lateral aspect of the lower eye lid with involvement of medial and/or anterior lamella but with no ectropion. Drill hole canthoplasty with tarsal strip and release of posterior lamellar scaring. Group 3 included patients with 2 or more lamella involved and ectropion. In this group, a Drill hole canthoplasty with tarsal strip, release of posterior lamellar scaring and hard plate mucosa spacer graft was performed.

Results:

The used approach effectively corrected the inferior lid malposition with release of the referred symptoms.

Conclusion:

Appropriate surgery, which is determined on the basis of the preoperative evaluation, has allowed for the correction of these previously difficult-to-treat lower eyelid malposition with minimal complications. Despite successful correction a pre operative evaluation is paramount to avoid complications in the lower eyelid surgery.

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